quinta-feira, 24 de abril de 2014

Via da Prata I (Sevilha-Salamanca)

Etapa 12
Dia 11 de Abril de 2013 (5ª feira)

a) Aldeanueva del Camino - La Calzada de Béjar (22,2 km)
b) La Calzada de Béjar – Fuenterroble de Salvatierra (20,2 km)

Saída do albergue às sete horas, por coincidência cruzámos com o Tomás vindo do outro albergue e seguimos juntos deixando para trás uma linda ponte ainda dentro da vila, daqui até Banos de Montemayor, seguimos aborrecidamente por estrada, aí subimos uma ladeira extensa, estávamos em plena calçada romana até ao alto do Puerto de Béjar, de onde se tem uma excelente visão de toda aquela paisagem encantadora.

O Tomás e o José pararam na Fonte do Peregrino, mesmo a acabar a calçada romana, eu e o Cristian seguimos, deixando para trás a província da Extremadura e entrando na de Salamanca, na Comunidad de Castilla y Léon, baixamos até passar a ponte da Madalena sobre o rio “Cuerpo del ombre”, seguimos alguns km junto ao rio, até atingir de novo uma estrada secundária que nos serviu de guia até entrarmos em Calzada de Béjar, passámos mesmo juntinho ao albergue Alba y Soraya, decidimos parar num bar simpático para tomar o bocadillo da ordem sempre bem acompanhado por uma bebida reconfortante, saímos após este restabelecer de energias e demos de cara com os nossos companheiros de jornada, por entre caminhos cheios de água, fomos avançando, sempre debaixo de uma chuva que teimosamente não nos largava, tivemos que tirar as botitas e atravessar mais um rio de caudal considerável, por cima de umas passadeiras que estavam submersas, tive alguma dificuldade, ainda abanei na segunda mas lá me consegui equilibrar e atravessar sem mais problemas, o José ainda sacou algumas fotos, acho que estava mesmo a pensar que ía cair e quereria, digo, eu registar o momento, bom fiquei mais um pouco a secar os pés, a calçar as meias e as botas e arranquei já sozinho e o que constatei é que cinco minutos no caminho podem fazer a diferença entre caminhares sozinho ou acompanhado e desta vez bem acelerei mas os meus companheiros de viagem até ao final, foram mesmo só a chuva que se tornava cada vez mais intensa e foi assim que passei por Valverde de Valdelacasa e Valdelacasa e palmilhei a ultima meia dúzia de km, passagem pelo bosque peregrino, mais algum tempo por estrada, até chegar pelas 16H15 ao albergue parroquial de Fuenteroble de Salvatierra.

O albergue estava superlotado, no interior já não havia lugar, tive que ficar num anexo exterior, infelizmente a chuva não tornou o resto de tarde agradável, lavei a roupa á chuva e estendi num telheiro superlotado, no interior muita confusão, o pessoal que chegou primeiro tinha apanhado como é óbvio os melhores lugares junto á lareira pelo que depois de ter arrumado o que podia e ter orientado as coisas de forma a não me esquecer de nada, desafiei os companheiros que me tinham precedido para beber um copo, aproveitei para comprar algo para o dia seguinte, bebemos umas cervejas e voltámos ao albergue para deixar a mercadoria, aproveitei para dar mais uma volta á roupa, estava tudo molhado, decidi trazer trazê-la para o interior e fui enxugando conforme pude, junto à lareira.

Saímos por volta da hora de jantar eu e os três companheiros jantámos juntos, o Tomás começou a queixar-se de comichões e mostrou algumas alergias esquisitas.Lembrei-me do albergue onde ficara no dia anterior e do que tinha ouvido falar em relação á bicharada que por lá existia, nem jantou o pobre do Tomás com as comichões, regressou ao albergue e no dia seguinte já não seguiu connosco, ficou a lavar a roupa toda, a mochila inclusive, decidiu prevenir e ficaria por ali mais um dia.

Bom, nós regressámos ao albergue após uma jantarada a tagarelar, eu pessoalmente dormi bem, arrumei a mochila, pus-me a ouvir música até adormecer e só acordei no dia seguinte. A próxima jornada seria até Morille numa distância de 32,1 km, um pouco mais curta que as anteriores, com destaque param a passagem pela localidade de San Pedro de Rozados! Prevejo chegar a Salamanca no sábado por volta do meio-dia! Assim seja!








Texto e fotos: António Pimpão

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