terça-feira, 4 de junho de 2013

...E 23 dias pelo Caminho Francês, de Puente la Reina a Santiago!






25 de Abril: Etapa 1, Puente la Reina - Villamayor de Monjardin

"...Y desde aqui todos los caminos a Santiago se hacen un solo."
(inscrição no monumento ao peregrino/Puente la Reina, ano de 1965)

Às 07h15 da manhã, após uma foto de grupo junto à ponte românica sobre o rio Arga, dávamos continuidade ao nosso caminho, agora pelo tramo francês até Santiago de Compostela! Ao km 13 parámos em Lorca para uma merecida pausa de descanso e para reabastecer água na fonte da praça central, que nos foi vivamente recomendada por um habitante local! Em Villatuerta assinamos um livro de mensagens destinado a todos os peregrinos que por ali passavam. Em Estella, após saciarmos a sede na fresquíssima água da fonte à entrada da cidade, para no centro para almoçar! Reforçamos os mantimentos que já traziamos de Puente la Reina, com mais alguma comida e bebida que comprámos numa "tienda" em Estella. Em Ayegui carimbámos as credenciais no albergue onde em 2010, eu e o Delfino tinhamos dormido. Na fonte do vinho de Irache revisitámos os momentos vividos em 2010, onde conhecemos o nosso amigo Alexandre! Brindámos a uma amizade selada a vinho! E que vinho este bebido em 2013, muito melhor do que o de 2010! Chegámos a Villamayor de Monjardin às 16h50, com 30,7 kms percorridos! Ficámos no albergue paroquial por 8 euros cada um. Jantámos por 10 euros num bar próximo do albergue. Connosco partilharam o jantar 2 peregrinas alemãs que respiravam simpatia por todos os poros! Não voltámos a encontrá-las, faziam menos kms por dia do que nós!

26 de Abril: Etapa 2, Villamayor de Monjardin - Logroño

Esta foi a maior etapa de todo o Caminho, - 40,5 kms -, e já estava a programada assim há bastante tempo, pois permitiu-nos manter todas as paragens programadas em localidades onde não ficáramos em 2010, como também nos permitiu ganhar 1 dia para desfrutar no final em Santiago de Compostela! Pelo que começámos cedo, um pouco mais cedo do que o habitual, às 06h45. Encetámos uma breve paragem num abrigo para peregrinos na entrada de Los Arcos, reforçamos a roupa para a chuva, ajustamos a carga das mochilas e descasámos um pouco! Em Sansol nova breve pausa, mais para juntar as "tropas". Conhecemos um italiano de nome Franco! O Alexandre cantou-lhe uma canção em italiano! Aprendi uma expressão em italiano (que existe também em português) e que me acompanhou até ao fim do Caminho, "piano piano si va lontano!", "devagar se vai ao longe!", nada poderia ser dito mais a propósito! Às 11h40 e já com um pouco mais de metade da jornada cumprida, parámos em Torres del Rio para um repasto mais reforçado. Assentámos arraiais no albergue Casa Mari, que estava com cara lavada, desde 2010! Estava o irmão do José (nosso hospitaleiro na 1ª vez que ali ficámos...), disse-nos o seu irmão que ele estava a descansar. Como recomeçara a chover abrigá-mo-nos nas mesas de esplanada em frente ao albergue que estavam protegidas por enormes guardas-sóis (que neste caso em particular guardaram a chuva...eheheh...). Comemos muita coisa que tinhamos comprado em Villamayor. Em Viana voltei a parar com o Alexandre (os outros continuaram...já tinham parado mais atrás...), bebemos um copo de bom vinho da Rioja para nos dar forças e alento para os derradeiros kms até Logroño! Vimos na TV que o tempo iria piorar, neve, chuva e mais frio....! Notei que o Alexandre se ressentia bastante das mazelas nos pés que começavam também a afetar-lhe o tendão de Aquiles. Abrandámos um pouco o ritmo. Às 17h30 entrámos na enorme cidade de Logroño e avistámos muitos peregrinos (sem falar nos turigrinos...), pelo que não constituiu grande espanto para nós que o albergue municipal estivesse cheio. Tivemos que andar um pouco mais pela cidade até ao albergue privado Porta de Revellín. Pagámos 10 euros o que me pareceu um pouco exagerado comparativamente com o que já tinhamos pago noutros albergues (não privados) e com melhores condições! Contudo, aquela hora e com tantos kms palmilhados. não havia grande escolha! Depois do já habitual ritual pós-chegada aos albergues, demos um passeio pela cidade para tratar de alguns assuntos que cada qual tinha pendentes. Reláxamos um pouco da enorme jornada num bar ao lado do albergue, e entre algumas "canhas" pusemos a escrita em dia! O menú foi excelente!





27 de Abril: Etapa 3, Logroño - Azofra

Para mim, foi talvez das noites mais bem dormidas, fruto se calhar da etapa mais exigente até Logroño. Bebemos chocolate quente numa máquina de bebidas no albergue, acompanhado de bolos que tinhamos nas mochilas. Começámos a caminhar às 07h20 e em frente à catedral da cidade tirámos uma foto de grupo, cortesia de um simpático policia municipal a quem o Leonel pediu para registar o momento. Levámos quase 1 hora para chegar à periferia de Logroño. Pelas 10h30 e já com 13 kms palmilhados entrámos em Navarrete, um pouco antes tirámos uma foto junto às ruínas do antigo Hospital de Peregrinos de S. Juan de Acre (tal como em 2010...). O Alexandre comprou um casaco impermeável (o corta vento da Columbia que trouxera do Brasil era tudo menos impermeável...). Comprámos pão e comida e tomámos um segundo pequeno-almoço. Já passavam das 11h00 quando retomámps o Caminho. Já perto das 13h00 ajustamos a carga numa paragem de Autocarro em Ventosa, onde começaram a cair uns salpicos de neve misturados com uma chuva miudinha. Às 15h00 chegámos a Nájera, o Leonel comprou um cinto num pequeno mercado local (estava a perder peso...e como tinha deixado o cinto das calças em Nisa...). No bar Franco II desfrutámos de um repasto mais composto (com a comida comprada em Navarrete), tudo muito bem regado com um excelente tinto da Rioja! "Fechámos a loja" com um café e xupito! Foi, por isso, com redobrada motivação que avançámos para os kms finais. Chegámos ao albergue municipal ao toque de violino de uma menina que tocava numa varanda. Felicitá-mo-la! Ela retribuiu tocando mais umas notas até entrármos no albergue! Um momento único! Excelente albergue, com quartos de 2 pessoas com guarda-roupa, tudo por 7 euros! Fiquei com o Alexandre no mesmo quarto. O menú peregrino ao jantar foi muito bom, pelos habituais 10 euros. Falta-me acrescentar que a etapa teve 36,4 km.







28 de Abril: Etapa 4, Azofra - Viloria de Rioja

Às 07h10 deixámos o excelente albergue de Azofra em direcção a Santo Domingo de la Calzada. Foram 15, 2 km com Cirueña pelo meio (onde ficámos em 2010...). Em Santo Domingo não havia "tiendas" abertas (talvez por ser domingo...), pelo que tivemos que comer num bar situado na zona histórica, conde aproveitámos para carimbar a credencial. À passagem por Grañon lembrá-mo-nos (eu e o Delfino) do execelente "bocadillo" que ali tinhamos comido em 2010, num bar frente à igreja, onde, na altura, um senhor vendia cruzes em madeira. Depois de Redecilla del Camino e Castildelgado, chegámos, por fim, a Viloria de Rioja, eram 14h10, com 29,4 km percorridos. Ficámos no amplamente conhecido Refugio Acácio&Orietta (já tinhamos feito reserva pela net...amigos do FB e seguidores do nosso blogue...confessou-me o Acácio...). Um local muito simpático e acolhedor, que respira Caminho por tudo quanto é sitio, com um ambiente muito zen e um casal de hospitaleiros muito acolhedor! Para dormir pagámos 5 euros, o jantar e o pequeno-almoço funciona por donativo. Viloria é uma povoação sem muitos serviços, desempenhando este Refugio um papel preponderante no apoio aos peregrinos! Acomodá-mo-nos tranquilamente, lavámos e enxugámos roupa junto a uma acolhedora salamandra onde ardia um lume não menos apetecível, socorre-mo-nos de um fio que o Alex esticou por cima da salamandra para podermos enxugar mais roupa. Confraternizámos imenso com o simpático casal, enquanto bebíamos umas cervejas e comíamos aperitivos. Fui atualizando o meu diário! Telefonei para casa, cortesia do Alex que me cedeu a sua carta telefónica (o local tinha uma rede móvel bastante deficiente...). O jantar foi muito agradável, se bem me lembro, acho que foi sopa de alho, salada e uma poderosa feijoada brasileira com arroz, tudo bem regado com o tinto da ordem...sobremesa...café...e um licor da casa...! Registei este final de etapa como uma das melhores estadias em todo o Caminho...muito obrigado Acácio&Orietta, por nos terem feito sentir em casa...continuem a trabalhar assim...! Enalteço também o trabalho que o Acácio está fazer com os peregrinos no pós-Caminho  (não me esqueci da nossa conversa...vou abordar esta questão mais amiude numa próxima publicação...).







29 de Abril: Etapa 5, Viloria de Rioja - Agés

Antes de partirmos para mais uma etapa, o que se registou às 07h14, partilhámos um excelente "desayuno" que gentilmente nos foi preparado pela Orietta! Depois de já nos termos despedido na véspera do Acácio, fizemos o mesmo em relação à Orietta que, no momento da nossa partida, nos tirou uma foto à porta do Refugio! Um pouco antes de Belorado começou a cair uma chuva miudinha mas persistente. Enquanto procurávamos uma "tienda" em Belorado para comprar mantimentos cruzámo-nos com uma peregrina americana chamada Stephanie. Só em Villafranca Montes de Oca conseguimos comprar comida e bebida num supermercado à beira da estrada que atravessava a povoação. Carimbámos a credencial num hotel junto à igreja e foi num recanto junto a esta mesma igreja que, abrigados da chuva e de algum frio, que partilhámos um repasto, dado que as barriguitas já começavam a dar horas! Convidámos para se juntarem a nós o Guido (um italiano já nosso conhecido) e a Stephanie. Já mais retemperados avançamos para o que restava da jornada de caminhada, pela serra acima até ao Alto de Valbuena (a 1162 m de altitude) e com passagem também pelo Puerto de la Pedraja (a 1150 m), um vasto caminho quase sempre recto, ladeado por pinheiros. Foram quase 2 horas até San Juan de Ortega, onde chegámos pelas 15h30. Quando me dirigi ao Mosteiro para tirar algumas fotos, notei que a estátua de San Juan de Ortega já não estava no largo em frente ao mosteiro...lembro-me de ter comentado com o Delfino...mas depois esqueci-me de perguntar no albergue. No bar-taberna da Marcela aproveitámos para fazer um ponto de situação em relação ao final da etapa, pois estava programado terminar por ali, mas em virtude de uns comentários menos abonatórios que ouvimos em relação ao albergue, decidimos andar mais 1 hora e ficar em Agés. Era a nossa segunda alteração relativamente a promação feita ainda em casa. Acho que em boa hora o fizemos pois ficámos muito bem em Agés. Contudo, no bar da Marcela bebemos vinho para dar alento para os kms suplementares em boa companhia, com o Guido, com a Stephanie e com um grupo de peregrinos portugueses, 3 peregrinos e 1 peregrina! Em Agés, dormimos e jantámos por 19 euros, tudo concentrado no albergue que também tinha bar e restaurante. Foi precisamente no bar que aproveitámos (nos e a maioria dos peregrinos que lá estavam...) uma promoção da Estrella Galicia...cerveja ao balde...eheheh....5 cervejas médias geladas por 7 euros...excelente preço tendo em conta o que já tinhamos pago pela mesma quantidae noutras ocasiões...! Antes do recolher propício...partilhei um xupito de "Orujo blanco" com o Delfino (oferta do barman...). Ah...já me esquecia...36,8 km de Viloria a Agés, onde chegámos às 17h00!






30 de Abril: Etapa 6, Agés - Burgos

Depois de Atapuerca, na subida ao Alto da Matagrande (1078 metros de altitude) voltou a neve, o nevoeiro e frio! A neve atenuou na descida para Villaval. Cerca das 09h00 parámos num bar em Cardeñuela/Riopico para aquecer o ânimo e o estômago! Carimbámos a credencial! Às 11h45 parámos na "Catedral" da Cerveja S.Miguel, onde realizámos uma muito animada visita guiada (centro de interpretação fantástico), com direito a "regalos", repasto e a prova de cerveja no final! Fomos integrados num grupo de visitantes espanhóis muito simpático que nos fizeram inúmeras perguntas sobre o Caminho de Santiago! No fim agradecemos encarecidamente à nossa anfitriã de seu nome Luna (relações públicas da fábrica S. Miguel), excelente profissional, pessoa muito simpática (o Alexandre já conhecia da passagem em 2010...). Carimbámos também a credencial! Honra seja feita ao nosso amigo Alexandre, foi graças à sua insistência e poder de persuasão que acabámos por assistir a esta memorável visita guiada! Com todas estas peripécias só chegámos ao Albergue Santiago Y Santa Catalina às 16h00, onde pernoitámos por 5 euros. Ainda durante a tarde relizámos um pequeno passeio pelas imediações da Catedral (da 2ª catedral...eheheh...), entre o albergue e a catedral, precisamente na Taberna Urbana Maneli jantámos por 11 euros, não sei antes desfrutármos do habitual momento de prova de "canhas"! Esta etapa decorreu entre as 07h00 e as 16h00, ao longo de 24,2 kms.







1 de Maio: Etapa 7, Burgos - Hontanas

Socorremo-nos das habituais máquinas de comes&bebes para tomar o pequeno-almoço. A noite no piso 6 do albergue tinha sido bastante agitada/animada (peregrinos a entrar fora de horas...vinho tinto e música...eheheh....). Às 07h10 demos inicio a mais uma etapa, desta feita com 31,9 km até Hontanas! Em Rabé de las Calzadas parámos num bar, o proprietário era muito simpático e oferecia a cada peregrino que por ali passava uma imagem de uma santinha. Comprei chocolate, aperitivos vários e bebi um copo de vinho! Em Hornillos del Camino revisitámos alguns momentos de 2010, fotografando a casa do Javi! Comprámos mantimentos numa "tienda", que partilhámos junto à igreja! A Stephanie continuava connosco. Às 15h45 chegámos a Hontanas. Ficámos no albergue Mesón del Puntido, 16 euros para dormir, jantar e "desayunar", melhor era quase impossível! Ficaram muitos peregrinos em Hontanas! O albergue estava cheio (os outros 2 existentes em Hontanas deveriam ir pelo mesmo caminho...), o bar do albergue estava apinhado de peregrinos que confraternizavam entre fazendo o rescaldo da etapa! Uma tarde muito animada, onde voltámos a encontrar peregrinos já nossos conhecidos, onde se incluiam os portugueses com quem nos tínhamos cruzado em S. Juan de Ortega! Aliás, na saída de Burgos partilhei parte do percurso com a peregrina portuguesa, Ascensão (de Lisboa), que me fez um resumo muito interessante do seu inicio de peregrinação em Saint-Jean-Pied-de-Port.







2 de Maio: Etapa 8, Hontanas - Frómista

Às 07h15 da manhã demos saída para mais uma jornada de Caminho! Após passagem por Castrojeriz, demos inicio à exigente subida até ao Alto de Mostelares, cujo marco geodésico se situa a 910 metros de altitude! De lá podemos desfrutar de uma excelente panorâmica a merecer umas quantas fotos a rigor! Em Itero de la Vega fizemos uma pausa mais prolongada para reabastecer e recarregar baterias. A partir de Itero de la Vega fizeram-nos companhia os simpáticos peregrinos brasileiros (pai e filho) Odair e Amadeu ( com travámos conhecimento no albergue de Burgos). Até Boadilla del Camino atravessámos uma enorme reta ladeada por imensos campos de cereais até perder de vista! À entrada de Boadilla reabastecemos os cantis na fonte com a roda mecânica (tal como em 2010...), belíssima água, sem lixivia! Os derradeiros kms desta etapa até Frómista foram feitos com o Canal de Castilla por companhia! Às portas da cidade tirámos algumas fotas na bonita comporta do canal! Chegámos às 15h45 com 34,2 kms e connosco chegou também alguma chuva, o que me dificultou a secagem de alguma roupa que já trazia para secar desde Hontanas, teve que ser no interior do albergue. Ficámos no albergue municipal e até chegarmos ao nosso quarto tivemos que passar por um autêntico labirinto de portas, de quartos e de camas...! Durante a tarde desfrutámos um momento de descanso num bar/restaurante gourmet paredes meias com o albergue. Ambiente muito acolhedor e aquecido por uma lareira! Bebemos um bom vinho condignamente acompanhado por um queijo delicioso! Acábamos por jantar, - um menú também gourmet -, neste simpático estabelecimento!





3 de Maio: Etapa 9, Frómista - Calzadilla de la Cueza

Tomámos o pequeno-almoço no albergue (que o Alex tinha comprado de véspera). Tirámos uma foto junto à igreja de Frómista, cortesia de uma peregrina que madrugara, tal como nós. Começámos a caminhar às 07h00, a americana Stephanie continuava connosco! Em Población de Campos o Alexandre e a Stephanie quiseram beber café, comprar fruta e chocolate. A Stephanie ofereceu-me um palmier de chocolate. Em Carrión de los Condes parámos no mesmo bar onde o havíamos feito em 2010, junto ao monumento do peregrino e desfrutámos, entre outras coisas, comemos, dos pimentos vermelhos e do vinho que o Odair nos oferecera. Também houve chouriço assado e pão fresco! Carimbámos a credencial! Depois de Carrión pouco mais há de realce do que o Mosteiro de San Zoilo, da Abadia de Benevívere, dois templos que antecedem o solitário e desértico trecho de 12 km, imenso estradão em linha reta até Calzadilla de la Cueza, que faz parte do traçado original do Caminho entre Bordéus e Astorga! Ficámos no mesmo albergue do que em 2010 (aliás o único em Calzadilla...), por 7 euros, contudo não era o mesmo hospitaleiro. Chegámos a Calzadilla às 15h30, depois de palmilhados mais 35,6 km. Durante o final de tarde mais um momento de alegre tertúlia peregrina de várias nacionalidades, com algumas "canhas" à mistura e umas tapas de chouriço, pimentos e cogumelos em azeite...! Lavei muita roupa (à mão) e sequei toda a roupa que já trazia de trás...finalmente...!







4 de Maio: Etapa 10, Calzadilla de la Cueza - Bercianos del Real Camino

Às 07h15 da manhã demos inicio a mais uma etapa de Caminho, desta feita com 34,4 km até Bercianos del Real Camino. O Alexandre e a Stephanie fizeram uma breve pausa em Terradillos de los Templários. Chegámos a Sahagún às 12h30, comprámos mantimentos numa "tienda" e comemos na saída da cidade. Acabámos (quase sem querer) por nos embrenhar pela variante da calçada romana de Calzada del Coto, o que nos deu mais 1,7 km nas contas finais da etapa. Chegámos ao albergue de Bercianos às 15h45. O Odair, o Amadeu e o Ramón (catalão) ficaram também neste albergue, assim como mais 2 peregrinos, acho que um polaco e aum alemão, com quem já nos tínhamos cruzado antes. O albergue era de donativo. O menú deste dia incluiu no final do repasto uma tarte de Santiago com xupito de ervas!





5 de Maio: Etapa 11, Bercianos del Real Camino - Mansilla de las Mulas

Às 06h55 da manhã demos inicio a dos trechos de Caminho mais monótonos: um enorme troço de terra batida, ao lado da estrada, apenas interrompido pelas passagens por El Burgo Ranero, Reliegos e Mansilla de las Mulas (final de etapa). O Alexandre, o Odair, o Amadeu e a Stephanie pararam para tomar café e comer algo em El Burgo Ranero. O Alexandre partiu primeiro que os outros e alcançou-nos pouco depois da saída de El Burgo Ranero. Às 11h00 chegámos a Reliegos, onde fizemos uma pausa para retemperar forças! Aqui aproveitei para fazer um ponto de situação dos objectos que já tinha achado no Caminho: 1 cantil antes de Viloria de Rioja (deixei no Refugio Acácio&Orietta), outro cantil antes de Agés (deixei no albergue) e à entrada de Reliegos achei uma luva (deixei no bar). Às 13h35 e após 27 km chegámos ao albergue de Mansilla, onde pagámos 5 euros para dormir. Lavei toda a roupa que tinha suja que centrifuguei de forma gratuita antes de por a enxugar. Já estava a utilizar sabonete de glicerina que comprara em Bercianos (a reserva que trouxera de casa tinha chegado ao fim...). O Odair e o Amadeu avnçaram até Puente Villarente (aconselhei-lhes o albergue San Pelayo), continuaram porque queriam chegar um dia mais cedo a Santiago, relativamente à programação que fizeram. Telefonei para casa para matar saudades e para ver como estavam as coisas. Aproveitei também para falar com a minha mãe (era dia da mãe em Portugal). O Delfino esqueceu-se dos óculos no albergue de Bercianos (estava, com a ajuda do Alex, a tentar recuperá-los). Após o jantar demos um passeio por Mansilla, pelo meio um café e um xupito de pacharán. Recolhemos ao albergue um pouco depois das 22h00 (encerrava às 23h00).



6 de Maio: Etapa 12, Mansilla de las Mulas - León

Esta etapa foi um autêntico "passeio no parque" como diria o nosso amigo Alexandre Bittar! Apenas 18,5 km Partimos de Mansilla às 06h50 e pelas 10h30 chegámos às portas da cidade de León! Dirigimo-nos em primeiro lugar ao albergue municipal que (como já nos tinham dito) estava fehado de forma permanente porque ficava fora do Caminho e tinha pouca ou nenhuma procura (pudera...!). Fiquei finalmente a pereceber o porquê de em 2010 termos sido forçados a sair do Caminho (e nem sequer vimos a catedral...). Já em plena cidade passámos pela Stephanie (que entretanto decidira continuar para além de León...), pelo Jon (o holandês) e pelo o Odair e Amadeu (que seguiriam também...). Às 10h55 chegámos ao albergue do Mosteiro das Benidictinas, onde aguardámos 5 minutos que as portas abrissem! Pagámos 5 euros, com um regime um pouco rigido, tipo militar, homens separados das mulheres...! Após realizadas as habituais tarefas no albergue, demos um passeio pela cidade, contemplámos a bonita catedral, fizemos um périplo por alguns bares da cidade com o nosso amigo José Ramón (o catalão) e uma simpática peregrina suiça, a Sabine (do cantão alemão) que iria começar o caminho no dia seguinte! Foi também o último dia de peregrinação do José Ramón que partira ainda nesta noite (pelas 23h30) de combóio até Barcelona. Comprei pão, queijo, fiambre e cerveja numa loja tradicional para comermos no albergue. Entre as 16h30 e as 19h00 fiz uma sesta para descansar um pouco. O Alexandre e companhia sairam mais cedo. Reencontrámos a Marina (peregrina brasileira com quem já nos tinhamos cruzado algumas vezes), vinha com um peregrino canadiano também já nosso conhecido. Fizemos um pequeno festim de despedida do José Ramón num bar junto ao albergue, com tapas e cerveja, estavam também a Marina e o canadiano. O jantar no albergue foi mais leve (por causa do festim...eheheh...) apenas 2 menus para pessoas...foi mais do que suficiente! O pão que sobejou trouxe comigo para o dia seguinte! (O Delfino conseguiu recuperar os óculos...até lhe nesceu uma alma nova...eheheh...!).








7 de Maio: Etapa 13, León - San Martín del Camino

A noite tinha sido muito agitada no albergue, muitos roncos, muita agitação e muito barulho, para além de um ambiente muito abafado! Nem no albergue de Burgos houve tanto chinfrim...eheheh...! Tomámos o pequeno-almoço no albergue. Partimos às 06h46 e levámos algum tempo até chegar à saída da cidade, aproveitámos para tirar algumas fotos a monumentos e passámos também pelo enlace com o Caminho de S. Salvador. Às 11h30 parámos em Villadangos del Páramo para carimbar a credencial (no albergue) e para o habitual almoço volante com os comes&bebes comprados numa "tienda" local. A Sabine estava connosco. Às 13h00 chegámos a S. Martín del Camino com 26,1 km feitos. Ficámos no albergue privado Santa Ana que, por sinal, era mais barato do que o municipal (7 euros). Comprámos comida&bebida para confeccionar o jantar no albergue com uma receita do chefe Bittar...eheheh...sopa, salada, macarrão com marisco e salada de frutas, tudo por 7 euros por pessoa, o que ainda incluiu bebida e o pequeno-almoço doda manhã seguinte! Uma pechincha...! A Sabine partilhou o jantar connosco!





8 de Maio: Etapa 14, S. Martín del Camino - Astorga

Começámos às 07h00 a etapa que nos levaria até Astorga, ao longo de 24,5 km. Às 08h00 carimbámos a credencial em Hospital de Órbigo. Até aqui fizemos umas das médias mais altas de andamento (segundo o gps do Alexandre), 5,3 km/hora! Tirámos fotos na Cruz del Vallle e no Cruzeiro de Santo Oribio (aqui o Alexandre telefonou para casa...). Eu e o Alexandre ficámos no albergue municipal Siervas de Maria (os outros continuaram e ficaram no albergue de 2010...). Pagámos 5 euros, num albergue muito bom e com internet gratuita e quartos de 6 pessoas! Almoçamos e jantámos no albergue! Durante a tarde fizemos um périplo pela cidade para visitar alguns monumentos (destaco umas termas romanas...) e para umas "canhitas" na esplanada de um bar junto à catedral! O jantar foi muito animado numa varanda de vista esplendorosa sobre a cidade! Nós os 4 e a Sabine! Ainda bebi café com o Alexandre num bar perto do albergue (que só fechava às 23h00).






9 de Maio: Etapa 15, Astorga - Foncebadón

Uma vez mais começámos a jornada às 07h00 da manhã! Parei em Santa Catalina de Somoza para carimbar a credencial e para reforçar as camadas de roupa, o frio e a chuva assim o exigiam! Fizemos também uma pausa no mítico bar o Cowboy em El Ganso. Uma nota par o encontro com mais um peregrino português no Caminho (em Astorga) de Portimão. Às 11h45 e já com as compras do dia feitas numa "tienda" abrigá-mo-nos no alpendre da igreja de Rabanal del Camino para almoçar e descansar um pouco. A Sabine ficou em Rabanal, disse-nos que iria mantir a sua bitola dos 20 km por dia! Às 13h30 chegámos a Foncebadón, com mais 26,3 km na "bagagem"! Tirámos uma foto junto à cruz de madeira. Foi uma etapa que subiu, embora de forma bastante moderada, dos 868 metros de altitude em Astorga até aos 1440 em Foncebadón, com um desnível acumulado de 572 m em 26 km. Este foi também o dia em que chuva fez mais mossa. Ficámos no albergue paroquial Domus Dei (tal como em 2010), um espaço bastante modesto que funcionava por donativo. Fizemos o habitual périplo pelos bares, com destaque para uma tasca/restaurante medieval. Partilhámos um jantar comunitário no albergue (salada mista, massa com tomate, vinho e fruta). Durante o repasto troquei umas impressões com uma simpática peregrina americana que me pediu algumas informações sobre sitios para visitar em Portugal. Reencontrámos o simpático peregrino canadiano ( acho que se chamava Dave...). Esteve bastante frio de noite no quarto do albergue, mesmo com o saco-cama, a coisa este um pouco agreste!





10 de Maio: Etapa 16, Foncebadón - Ponferrada

Arriscaria a dizer que foi talvez o melhor amanhecer e o mais auspicioso inicio de jornada de todo o Caminho! E nada o fazia antever dado o dia de chuva quase intensa da etapa anterior! Demos saída às 07h25 e começámos calmamente com pausas para tirar fotografias para registar o momento para a posteridade! Um sol a nascer radioso e encaixado na paisagem de montanha! Logo depois veio outro momento alto do Caminho, um momento sempre mágico e especial: a Cruz de Ferro e o ritual junto à mesma! Deixei as pedrinhas que trouxera de Nisa (4) e as do Pimpão também! Um momento para homenagear também a família! Às 10h30 parámos em El Acebo para retemperar forças, após uma descida acentuada, logo após o Collado das Antenas, descida com muita pedra solta. Antes, em Manjarin, partilhámos algum tempo com o Tomás (o último templário). Tirámos uma foto com ele que, entre outras coisas, nos alertou para o facto de termos cuidado com 2 jovens alemãs "muy guapas" que andavam a assaltar os peregrinos! Desde Riego de Ambros até Molinaseca, continuou a descida acentuada por trilhos de piso muito irregular e de pedra solta, mas em compensação com uma paisagem envolvente muito bonita. A certa altura passou por nós um grupo de bicigrinos portugueses, de Esposende. Às 12h30 fizemos uma pausa de 20 minutos em Molinaseca para recarregar baterias e sacar algumas fotos na rua central da localidade, por sinal muito bonita (algo que já tinha registado à nossa passagem em 2010). Como eu e o Alex tínhamos muita roupa para levar, seguimos na frente até Ponferrada, enquanto o Delfino e o Leonel fizeram uma pausa maior. Às 14h10 chegámos ao Refugio S. Nicolas de Flue em Ponferrada. Muito bom e de donativo. Ao final da tarde demos um passeio pela parte histórica da cidade, incluindo o bonito castelo templário! As canhas e as tapas substituiram o habitual menu do jantar. Já de tarde tinha comprado comida e bebida num supermercado e improvisei um almoço (quase lanche) na cozinha do albergue! Depois das tapas e das canhas, apenas comi fruta cerca das 21h00. Eu e o Alex ficámos num quarto de 8 pessoas, onde estavam, entre outros, 1 italiano e 2 coreanas. Resta-me salientar que esta etapa teve 27,3 km.








11 de Maio: Etapa 17, Ponferrada - Villafranca del Bierzo

Às 06h50 da manhã partimos de Ponferrada e só parámos às 10h30 em Cacabelos para retemperar forças num jardim junto ao rio na saida da localidade, após comprármos mantimentos numa "tienda". Às 12h50 chegámos ao albergue Ave Fénix do mítico Jesús Arias Jato, onde pagámos 12 euros para dormir e para jantar! Um refúgio muito semelhante ao de Acácio&Orietta, embora maior em termos de capacidade. Após as habituais tarefas da praxe no albergue, encetei um passeio por Villafranca. Juntei-me ao pessoal mais tarde, numa esplanada do mesmo bar onde havíamos estado em 2010, no qual ainda trabalhava a mesma portuguesa (do Porto). Connosco estava um simpático casal francês (a Vanessa e o Gilles) e uma peregrina de Madrid (Araciel) que conhecemos na saida de Ponferrada e também uma peregrina americana (Erin) que já conhecíamos também de outras etapas. Comprámos comida&bebida para o "desayuno" e fomos até ao albergue onde lanchámos e bebemos cerveja (latas a 1 euro na máquina do albergue...eheheh...). O jantar comunitário teve a benção do Jesús Jato, a ementa foi sopa de grão com courgette, salada mista, ovo estrelado, peixe frito e iogurte. Depois do repasto houve uma queimada galega (para a qual muito contribuiu, uma vez mais, o poder de persuasão do nosso amigo Alex....eheheh...), cortesia do Jesús Jato, que recitou um esconjuro muito original aos peregrinos presentes! A etapa teve 24,5 km!







12 de Maio: Etapa 18, Villafranca del Bierzo - O Cebreiro

Uma vez mais e como habitual, partimos às 07h00 da manhã! Eu e o Alexandre parámos numa "panaderia" à entrada de Vega de Valcarce para comprar pão. O Alex bebeu café e partilhou comigo um delicioso bolo de amêndoa. Bebi café e carimbei a credencial num bar no centro de Vega de Valcarce, junto ao supermercado onde fizemos as compras para o almoço. Caminhámos um pouco mais até Ruitelán, onde parámos numas mesas de pedra junto à estrada para descansar e fazer uma pausa para almoço. O simpático casal francês (Gil+Vanessa) fizeram-nos companhia! Um pouco mais tarde chegou a Araciel (a peregrina de Madrid). Pouco depois das 12h00 arrancámos para a parte final e decisiva da etapa, a subida até O Cebreiro, com passagem pela duríssima subida de La Faba e depois um pouco mais suave até La Laguna, antes da entrada na Galiza e da chegada ao Cebreiro. Foram 700 metros de desnível em 10 km percorridos desde Vega de Valcarce. Fiz 2 pausas para beber água, tirar roupa e retemperar forças em La Faba e La Laguna (antes de La Faba passei pelo Antoni e pelo Davi, peregrinos espanhol e italiano...) que também pararam na fonte de La Faba para saciar a sede. O Gil tirou-me uma foto no marco indicativo da entrada na Galiza! Eu retribui tirando também uma foto a este simpático casal de pregrinos franceses! Às 14h20 chegava a O Cebreiro! O Alexandre já nos aguardava (o António e o Leonel chegaram pouco de pois), foi uma chegada inesquecível! Um final de etapa duro, mas reconfortante à chegada, muitos brindes à chegada, alguns telefonemas para casa, um ambiente fantástico nesta mítica aldeia do Caminho! Bebemos, brindámos e comemos tapas com 2 bicigrinos espanhóis (que conhecemos em Villafranca del Bierzo), com o Gil e com a Vanessa, com o António e com o Leonel! Ficámos no albergue municipal, por 6 euros. Mais tarde fizemos um périplo pelos bares, onde se juntaram a nós o Antoni e o Davi. Às 19h30 assisti à missa na igreja de Santa Maria a Real de O Cebreiro, com direito à benção do peregrino! Ao jantar desfrutámos de um dos melhores menus do peregrino, não apenas pelo excelente ambiente no restuarante, mas também pela própria ementa: caldo galego (finalmente...), churrasco misto e tarte de Santiago, 10 euros, com bebidas incluídas. Uma das melhores jornadas no Caminho! Percorremos 30 km desde Villafranca del Bierzo! Destaco também, a bonita paisagem na saída de Villafranca e o rio Valcarce que nos acompanhou até Vega...!








13 de Maio: Etapa 19, O Cebreiro - Samos

Duas horas depois da partida de O Cebreiro, cerca das 09h00 e após breve, mas dura subida, parámos no Alto do Poio. Descansar um pouco e reforçar o "desayuno" que comemos no albergue de O Cebreiro. Foi a partir daqui que começou a andar connosco um peregrino brasileiro (da Baia), mas que trabalhava há 10 anos em Portugal (num restaurante em Cascais), de seu nome Euler Pita. Cerca das 12h00 voltámos a parar em Triacastela para o habitual repasto de almoço. Nós os 4, o Euler, a Araciel e  Gil e a Vanessa! Às 15h00 chegámos ao albergue do Mosteiro de Samos, que funcionava por donativo. Albergue muito modesto, mas com tudo o que era necessário ao peregrino. Pelas 17h00 realizámos o "ritual" do costume, desta feita num bar frente ao albergue, "canhas&tapas" e pulpo. Aproveitei para colocar o meu diário em dia! Mais para o final da tarde, eu e o Alex demos um (como ele costumava dizer) "rolé" por Samos, para comprar o "desayuno" da manhã seguinte. Parámos na esplanada de um bar para confraternizar com alguns peregrinos que estavam no albergue privado. Jantámos por 10 euros no mesmo bar das tapas da tarde e recolhemos ao albergue às 22h00! Etapa com 30,5 km.





14 de Maio: Etapa 20, Samos - Portomarin

Percorremos 37 km de Samos a Portomarin, entre as 07h00 e as 15h55. Em Sárria (10h00) despedimo-nos da Araciel que terminava a sua peregrinação (fazia o Caminho por fases). Carimbei a credencial no Mosteiro de Santa Madalena (Sárria). Desde de Samos que vim praticamente com ela e com o Stephen (peregrino austríaco que já viver em Portugal). o Alexandre reencontrou a Marion (peregrina brasileira) com quem já se tinha cruzado no Caminho. Pelas 12h00 comemos na esplanada de uma "tienda", já não muito longe de Portomarin. O Euler e o Stephen ficaram connosco. O casal francês seguiu. Destaque para a chegada ao marco com o km 100. Ficámos no albergue municipal (6 euros). Lavei e enxuguei bastante roupa! Após o habitual passeio de reconhecimento, jantámos o menu peregrino no restaurante Arenas. Liguei para casa através do Viber (via internet, chamada gratuita). Jantar muito animado. Novamente noite agitada no albergue.




15 de Maio: Etapa 21, Portomarin - Melide

À hora do costume partimos do albergue de Portomarin. Até Palas de Rei segui com o Alexandre, um pouco mais atrás vinham o Delfino e o Leonel. Em Ventas de Naron fizemos uma pausa higiénica (no mesmo bar que em 2010, proprietários do albergue). Às 12h20 chegámos a Palas de Rei, reuniu-se o grupo e comemos algo na praça central abrigados num telheiro, porque o vento e a chuva ameaçavam! Depois do repasto avançámos para a parte final da jornada, em Leboreiro fizemos um ponto de situação, pois na nossa programação inicial tinhamos aqui o nosso final de etapa, mas como estávamos bem fisicamente e Melide estava tão perto (e o pulpo chamava por nós...eheheh...) decidimos caminhar um pouco mais! Às 16h55 e após 38,3 km, fizemos o registo no albergue municipal de Melide! Às 19h30 fomos até ao restaurante Ezequiel (que nos foi vivamente recomendado) e não demos por mal empregue o tempo e o dinheiro dispendido: um pulpo e um albariño de comer e beber e de chorar por mais! Tudo isto ao habitual preço do menu (10 euros). Uma vez mais partilhámos uma mesa de excelentes convivas: o Antoni e o seu amigo de Barcelona (que veio ao seu encontro em Portomarin), o Davi (italiano), o Euler (brasileiro), o Gil e a Vanessa e o Nacho, um simpático peregrino galego que conhecemos em Portomarin e que negociou de forma exemplar o nosso jantar de pulpo no Ezequiel (eheheh...).

16 de Maio: Etapa 22, Melide - Pedrouzo de Arca

Às 06h50 iniciámos a ligação a Pedrouzo de Arca (na programação inicial era para ser em Santa Irene, mas as fracas condições logísticas fizeram com que alterássemos o final desta etapa para Pedrouzo). Queria carimbar a credencial na Capela de Santiago Boente, mas estava ainda fechada à hora que por lá passámos! A chuva recomeçou a cair e às 09h45 fizemos uma pausa em Arzúa num café também já nosso "velho" conhecido, o café Chacala. Descansámos um pouco e comemos e bebemos algo, para retemperar forças e ânimo! Continuámos o Caminho e a chuva também, às 12h00 abrigámo-nos num telheiro de um restaurante abandonado um pouco antes de Calle. Muita chuva e frio, o pior dia desde a chegada a Foncebadón! Às 14h50, com 32,5 km palmilhados, chegámos ao albergue municipal de Arca! Durante a tarde organizámos e preparámos aquele que viria a ser o melhor jantar comunitário que alguma vez tínhamos feito num albergue (sem desprimor para os outros...é claro...), que culminou com uma queimada galega a rigor, cortesia do nosso amigo galego o Nacho! O Davi fez as honras do jantar com uma pasta italiana! O Antoni e o seu amigo de Barcelona ofereceram o vinho! Foi um serão inesquecível com amigos que, muito provavalemente, não iriamos reencontrar! Estávamos perto de Santiago, as emoções começavam a vir ao de cima! Foi a modos que um jantar de despedida (e eu não gosto de despedidas...).






17 de Maio: Etapa 23, Pedrouzo de Arca - Santiago de Compostela

Faltavam-nos 20 km para Santiago que começaram a ser percorridos às 07h00 com o tempo sempre muito incerto, com chuva e algumas abertas. Às 10h30 chegámos ao Monte do Gozo, carimbámos a credencial na Capela de S. Marcos. Ninguém reparou num peregrino que estava na capela a rezar de impermeável azul com o capuz a tapar a cabeça! Era nem mais nem menos que o Rosalino Castro (vindo do Caminho do Norte), foi uma supresa e tanto, o Alexandre ía tendo um baque...eheheh...a partir daqui o Alex chamou ao Castro o "Santo do Gozo"! eheheh...! Quando parecia estar tudo refeito desta surpresa, eis que detrás da capela, surge, impávido e sereno, o Pimpão (que veio de Nisa)! Bom...nem vou descrever a loucura que foi...especialmente para o Alexandre...eheheh! Serenadas as emoções e colocada a conversa em dia, tirámos uma foto de grupo e seguimos juntos até Santiago! Com a chuva aqui e ali...lá continuámos...cruzámos a placa da localidade às 11h15 e às 12h00 chegámos à Praça do Obradoiro! Seguiram-se os habituais momentos de fortes emoções e saudações mútuas! Cada chegada a Santiago é sempre única, nada é igual! Reencontrámos a Marina! Às 12h30 assistimos à missa do peregrino, momento de reflexão! O Leonel reencontrou a Stephanie na catedral! Às 13h00 fomos levantar a compostela à oficina do peregrino. Às 14h00 fomos até aos quartos (o Castro já tinha falado com a Elena Gomez, a nossa já habitual anfitriã em Santiago...). Seguiu-se um almoço já tardio no Cepa (por 7 euros e com um menu excelente...). Mais tarde seguiu-se uma sesta e um banho reparadores, uma nova visita à catedral, desta feita para (re)visitar o sepulcro e abraçar o Santo! Depois fomos até ao bar Babel (Guiness) tomar as habituais "canhas" e às 20h00 fomos assistir cerimonial do botafumeiro na catedral. Jantei na cozinha da pensão, não estava com apetite suficiente para um menu. Telefonei para casa às 21h30 para ver como estavam as coisas e matar saudades da família! Pouco depois e como diria o meu amigo Alexandre Bittar, fiz um "rolé" pela parte antiga da cidade! Bebi 2 canhas e comi umas tapas num bar, na principal rua dos bares e restaurantes, enquanto assisti à final da Taça do Rei. Já no caminho para a pensão bebi mais uma cerveja antes do recolher propício! Despedi-me do Euler e do Stephen (estavam na mesma pensão), partilhei o quarto com o Alex! À meia noite e meia recolhi ao quarto!




Fotos de António Delfino e Alexandre Bittar