sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Caminho Português da Costa: 04-10 - O Freixo/Redondela








Uma noite mal dormida, agitada, com sonhos à mistura e com as picadas a provocarem algum desconforto durante a noite! Mochilas arrumadas, pequeno-almoço tomado, às 07h45 abandonámos o Refugio de O Freixo, deixámos as chaves na caixa de correio (já começava a ser um hábito...). Foi pouco mais de 1 hora, sempre a descer, até à enorme cidade de Vigo! Logo na entrada perguntámos pelo hospital mais perto a pé, um senhor muito simpático e muito prestável deu-nos as instruções necessárias para o "ambulatório" mais próximo! Teríamos que continuar pela Avenida da Florida e antes do Bingo teríamos que virar à esquerda, aí iríamos apanhar um caminho estreito mas que nos levaria mais rapidamente ao nosso destino! E assim foi! Dirigi-me à recepção e fui prontamente atendido, esperei cerca de 15 minutos e fui de imediato visto por uma simpática médica dermatologista! Disse-me que não era psoríase e explicou-me porquê, confirmou-me que o mais provável era ser mesmo picadas de insectos ou (mas menos provável) uma alergia de contacto com algum tipo de vegetação. Disse-me que teria que me "pinchar" e para abrir a pestana uma enfermeira "pinchou-me" com uma injecção de cada lado! Foram-me receitados comprimidos de cortizona de 30 mg com uma prescrição para seguir à risca e que deveria continuar a tomar os comprimidos anti-histamínicos e por pomada nas manchas maiores! Foi-me também passada uma 2ª receita, caso não melhorasse com a cortisona. A médica também me disse que poderia continuar a caminhar, embora pudesse sentir mais sonolência, resultado do tratamento! Escusado será dizer que fiquei naturalmente mais aliviado e mais tranquilo! Pus o amigo António Ramos (que entretanto aproveitara para tomar o pequeno-almoço) a par da situação, fui comprar os comprimidos numa farmácia perto do hospital, tomei o pequeno-almoço, para forrar o estômago antes de tomar qualquer químico! Retomámos o Caminho junto ao Estádio dos Balaídos às 11h00 da manhã! Graças ao guia que fiz com as excelentes informações do Luís Freixo, não foi nada complicado continuar em direcção a Redondela. Passámos a ponte sobre o rio Lagares e continuamos sempre ao lado do rio até ao Parque dos Castrelos, aqui estava a decorrer uma corrida de cães muito animada. Algum tempo depois chegámos ao animado e muito concorrido Bairro do Calvário, parámos na igreja da Imaculada Conceição, carimbámos a credencial e o pároco disse-nos que tínhamos 12 km até Redondela. Até ao nosso destino final de jornada seguimos pelo magnifico caminho da Traída da Águas que nos levou praticamente até às imediações de Redondela. Às 15h00 e cerca de 23 km depois, regista-mo-nos no albergue público (6,00 euros) e fomos almoçar menu do peregrino (com caldo galego) num restaurante que ficava no Caminho Central, de onde começaram a surgir muitos pereginos, com seria de esperar, mal se chegasse a Redondela. Soube através de mensagem que os nossos amigos Carrasco e Ivone tinham chegado bem a Vigo, às 16h30, aconselhei-os anão se fazerem ao Caminho, pela hora tardia e porque já teriam poucas horas de luz e, mesmo pela estrada nacional, ainda seria um esticão, mandava o bom senso que viessem de autocarro, nos dias seguintes iriam concerteza "matar" a "fome" de caminhar! Chegaram por volta das 17h30, o António Ramos acabou por encontrá-los a caminho do albergue! Após as saudações e de termos colocado alguma conversa em dia, os nossos amigos instalaram-se, fomos dar um passeio pela cidade e tomar umas "canhas" numa esplanada convidativa! Mais tarde desfrutámos de um verdadeiro jantar peregrino na muito modesta cozinha do albergue, presunto, fiambre, enchidos, pão e fruta, que eu e o Ramos comprámos de tarde, ao que juntámos o néctar dos Deuses tinto "Terras de Nisa" e um queijo de Nisa também! Como a Ivone é vegetariana comeu uma sandes de atum que comprara na viagem, provou também o queijo, a fruta e, claro, o tinto dos Deuses! Durante o jantar tivemos a companhia de um peregrino muito simpático, o alemão Wolfgang, que falava um pouco português graças a uns amigos de Moçambique. Começara o Caminho em Lisboa e falou-nos muito bem da hospitalidade portuguesa! Partilhámos com ele as nossas iguarias e ele ofereceu-nos chocolate, o Caminho no seu melhor! Desta etapa ficam 2 notas de rodapé: a chegada dos nossos amigos e o fim do Caminho da Costa! A partir daqui seria Caminho Central, Salnês e Central!

Fotos 4, 6 e 7, de Ivone Santos

Caminho Português da Costa: 03-10 - A Ramallosa/O Freixo



Partimos pouco depois das 08h00 da manhã e 1h15 depois parámos pelo Caminho, logo a seguir a Nigrán, para uma pausa higiénica e para tomar o pequeno-almoço, leite e bolos que trazíamos nas mochilas! Às 10h00 da manhã chegámos ao ponto onde teríamos que seguir umas setas verdes para o Refugio de O Freixo (pouco mais de 5 km e 10 km que quisesse continuar em direcção a Vigo). Por várias razões e mais a que se prendia com o nosso encontro do dia seguinte em Redondela com o Carrasco e com a Ivone, decidimos ir até ao Freixo e no dia seguinte continuar para Vigo e Redondela. Às 11h30 e com 18 km palmilhados, chegávamos ao Refugio que estava fechado! Liguei para um dos números de contacto e atendeu-me o Luís Freixo que me reconheceu das nossas conversas do Facebook. Andava a caminhar por fora, não estava no Freixo, mas pediu a um amigo que nos iria abrir o albergue! Ainda lhe disse se não seria melhor continuarmos para Vigo, mas ele tratou logo de me dizer que não o fizéssemos, o alojamento em Vigo era muito caro e ficando no Refugio tínhamos autocarros de hora a hora para Vigo, uma vez que para comer não havia nada no Freixo! E assim fizemos! Tomámos banho, mudámos de roupa, lavámos e pusemos a secar e pouco depois da 1 hora da tarde fomos até à paragem que ficava mesmo em frente à Biblioteca do Freixo (onde se situava também o Refugio). Descemos de autocarro até Vigo, demos uma volta pelo centro à procura de um restaurante para almoçar e escolhemos a esplanada de um dos muitos que por ali havia. Com as cervejas vieram logo umas tapas e depois um bacalhau à galega (menu do dia). A alergia estava a piorar mesmo com os comprimidos e a pomada, o que me estava a começar a dar alguma inquietação e preocupação, estava na duvida se não seria psoríase (há uns anos tinha tido um episódio passageiro que tinha curado com termas), fosse o que fosse tinha escolhido um timing fantástico, não havia duvidas! Transmiti a minha preocupação ao António Ramos e acordámos que, se na manhã seguinte não houvesse sinal de melhoras, iria de novo ao médico em Vigo, num hospital que tivesse banco de urgências com médico dermatologista, sempre haveria mais recursos do que em Redondela! Após o repasto fomos a um supermercado comprar comida para o jantar e para o pequeno-almoço. Pouco depois das 16h00 regressámos de autocarro ao Freixo. Entretanto já abrira o bar da Biblioteca, aproveitámos para beber umas "canhas" com umas tapas. Regista-mo-nos e pagámos a estadia (5 euros), pedimos umas colheres emprestadas para a janta e subimos ao Refugio. Jantámos jardineira e bolinhas de carne (enlatados), sumo, pão e fruta. Deitei-me a pensar que no dia seguinte já teríamos a companhia dos nossos amigos! A inquietação acalmou! Ânimo!

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Caminho Português da Costa: 02-10 - Puerto de Mougás - A Ramallosa








O despertar foi às 07h00, com direito a pequeno-almoço no albergue! Retomámos o Caminho da Costa muito perto das 08h00 da manhã, quando o dia começou a querer clarear! Após o Cabo Silleiro o Caminho ocorre junto a um enorme maciço rochoso, numa zona de bosque muito bonita, por caminho muito antigo onde ainda se podia ver as marcas na rocha deixadas pelas carretas de bois que por ali haviam passado anos a fio! Após algum sobe&desce ("rompe piernas" como dizem "nuestros hermanos"), foi sempre a descer até à cidade de Baiona, onde chegámos pelas 10h15! O Caminho passa pela periferia da cidade, pelo que tivemos que descer ao centro para procurar uma farmácia, pois precisava de comprar os medicamentos. Uma senhora já nos havia indicado uma que ficava perto do Caminho! Após esta breve paragem retomámos a caminhada com a intenção de parar ainda antes de A Ramallosa para comer alguma coisa, o que na verdade só veio a acontecer no nosso destino final da jornada, que também foi bastante curta, à semelhança do dia anterior! Atravessámos a bonita e muito antiga ponte de A Ramallosa, já no concelho de Nigrán! Deixámos as mochilas no albergue de peregrinos "Paço de Pias" e fomos almoçar ao restaurante Antípodas que tinha menu do peregrino e carimbo! A etapa tinha tido cerca de 19 km, chegámos pouco depois do meio-dia, mesmo a horas de reconfortar os estômagos, pois desde o pequeno-almoço em Mougás que não metíamos nada na barriga! A tarde foi ocupada com o banho, com as habituais lides "domésticas" e, no meu caso particular, com o tratamento das picadas! Houve também tempo para uma sesta retemperadora!  O albergue era excelente, aliás era um hotel com preço de albergue (10 euros), quartos para 2 pessoas, muito sossegado e muito tranquilo! Durante a tarde chegou também um casal de peregrinos, mas não consegui saber a nacionalidade. Por volta das 19h30 fomos dar uma volta pel'A Ramallosa, visitámos a igreja e a zona ribeirinha, banhada pelo rio Miñor. Descobrimos um restaurante que vendia frango da guia mas estava encerrado, pelo que nos decidimos por uns pratos combinados com salada mista e "canhas" no bar A Ponte Romana (que já tínhamos visitado de tarde), o dono era bastante simpático e amigo do peregrino, à saída ainda nos ofereceu uns bolos para o "desayuno"! Após o repasto recolhi ao albergue e o António Ramos foi ainda comprar leite acompanharmos com os bolos na manhã seguinte.

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Caminho Português da Costa: 01-10 - La Guarda/Puerto de Mougás





Em virtude da diferença horária o dia apenas clareava na Galiza entre as 08h00 e as 08h15 da manhã, pelo que não faria sentido começar a caminhar antes, não havia luz, o que seria o suficiente para se perder uma seta e sair do caminho certo! Revimos a hora da alvorada e passamos a despertar às 07h00! Às 10h15 da manhã fizemos uma paragem no bar "El Perto", em Oia, junto ao Mosteiro (que estava fechado), tomámos o pequeno-almoço! Eu tinha leite e bolos na mochila, pelo que apenas bebi café "solo". Aproveitámos para carimbar a credencial! Na saída de Oia notámos um cheiro algo nauseabundo que provinha do aproveitamento que os locais faziam das algas em putrefacção, como eram ricas em azoto, eram utilizadas como fertilizante. Caminhámos sempre com o mar à vista, mas muito tempo por uma ciclovia junto à estrada nacional, o que tornou parte da jornada algo monótona. Às 12h00 chegávamos ao albergue El Aguncheiro (privado, 10,00 euros). Foi a nossa despedida da Marta (momento que registámos com uma foto), ela tinha que estar em Santiago no dia 05-10, pelo que tinha que arrepiar Caminho e nesse dia ainda seguiria até A Ramallosa! O albergue ainda estava fechado para limpeza, o hospitaleiro serviu-nos uma cerveja fresca em lata (Estrella Galicia) enquanto esperávamos! Depois de instalados e das habituais lides "domésticas" que incluiram o nosso banho reparador, lavar e secar roupa, almoçámos no albergue uma generosa costeleta de vitela, acompanhada de batata frita, salada e um tinto a preceito! As picadas dos insectos ou a alergia provocada pelas mesmas (supunha eu...) pioraram, pelo que decidi ir ao médico, pela primeira vez em 7 Caminhos e pela primeira vez a usar o cartão europeu de saúde, a provar que há sempre uma primeira vez para (quase) tudo! O irmão do hospitaleiro foi 5***** e deixou-me no Posto de Médico de uma povoação próxima de Mougás, onde antes tínhamos passado a pé, creio que se chamava Viladesuso. Fui muito bem recebido e rapidamente atendido por um jovem médico, que me fez um exame completo e ainda me diagnosticou pé de atleta (um mal nunca vem só...)! Receitou-me comprimidos anti-histamínicos, um pó para os pés depois do banho e ofereceu-me um pomada de hidrocortisona. Dado que e farmácia só abria mais tarde, decidi aviar a receita na manhã seguinte à chegada a Baiona. Entretanto usaria a pomada! Saí do Posto Médico mais animado e fui ter com o António Ramos e com o irmão do hospitaleiro que estavam a beber café num bar ali perto. Durante o resto da tarde ainda houve tempo para uma sesta retemperadora e para um passeio de fim de tarde pela pacata povoação de Mougás. Jantámos bocadillos de presunto com cerveja, após o que encetámos outro passeio de cerca de 1 km até ao Centro Cultural de Mougás (único café nas imediações...), assistimos aos jogos da Liga dos Campeões entre umas águas com gás, canhas e tapas! Depois das 22h30 regressámos ao albergue para descansar e retemperar forças para a jornada seguinte que nos levaria até A Ramallosa! De referir que esta foi a etapa mais curta do Caminho da Costa, com cerca de 20 km.

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Caminho Português da Costa: 30-09 - Viana do Castelo/foz do rio Minho(Caminha)/La Guarda





























Deixámos Viana do Castelo ao inicio da manhã e à hora habitual, pelas 07h15! Já na periferia da cidade voltámos a apanhar a sinalização do Caminho da Costa, que seguia entre a estrada nacional e o Santuário de Santa Luzia, pela antiga estrada real! A Marta voltou a caminhar connosco! Parámos na povoação de Carreço para tomar pequeno-almoço! O Caminho seguia mais para interior, mas sempre com o mar à vista, bons trilhos de bosque, que fugiam à confusão e barulheira da estrada nacional! Depois de passarmos às freguesias de Afife e de Âncora, chegámos, por volta das 12h00, a Vila Praia de Âncora! Das várias referências que trazia de locais a visitar, uma delas era o Café dos Caracóis, nesta bonita vila costeira! No centro perguntei a localização e verificámos com agrado que ficava no Caminho, mesmo junto à linha de comboio e quase paredes meias com o mar! De inicio apenas pensámos em beber algo e carimbar a credencial, mas o bacalhau à minhota (prato do dia) falou mais alto do que nós e o estômago agradeceu, notámos também que a Marta estava com muitas "ganas" para provar o bacalhau! Depois do excelente repasto com um preço muito bom, mochilas às costas e voltámos ao Caminho que voltou a estar mais perto da costa! Registo com muito agrado um dos troços mais bonitos do Caminho: entre Vila Praia de Âncora e Moledo do Minho, com passagem pela bonita Ermida de S. Isidoro! À passagem por Moledo do Minho fomos surpreendidos pelo Carlos Gonçalves (Associação dos Amigos do Caminho de Santiago de Viana do Castelo) que nos cumprimentou de forma efusiva e mais ainda por ter constatado que havia portugueses no grupo...eheheh...! Carimbou-nos as credenciais, tirou-nos fotos para o seu álbum no FB e deu-nos informações preciosas que nos permitiram ainda naquele dia atravessar o rio para La Guarda! O verdadeiro amigo do peregrino! Uma vez que o ferry ainda não retomara a travessia do rio, era desnecessário irmos para o centro de Caminha, a não ser que lá quiséssemos pernoitar, o que não era o nosso caso! Motivados pela boa nova do Carlos, lá retomámos o Caminho, com mil obrigados ao nosso amigo, até à foz do rio Minho, junto ao Parque de Campismo de Caminha. Pouco depois das 15h00 chegávamos ao local combinado, chegámos à fala com o Sr. Mário (ou Capitão Mário, como era conhecido por ali) que nos pediu que aguardássemos uns minutos até que preparasse o barco. Às 15h30 embarcámos (5,00 euros por pessoa) e às 15h45 (16h45, hora espanhola), desembarcávamos na bonita praia de La Guarda! Enquanto nos despedíamos do Sr. Mário, lá nos foi dizendo que, se era pela costa que queríamos seguir, ali era o sitio certo para nos deixar (percebemos pelas suas palavras que o caminho marcado até La Guarda seguia mais pelo interior)! Há momentos que registei mais do que outros e o da chegada à praia de La Guarda, penso que foi para nós inesquecível! Local paradisíaco, calmo, pouco massificado (pelo menos naquele altura) e com um tempo excelente! Registei o momento com várias fotos! O percurso até La Guarda, foi por isso, muito bonito, sempre com o mar muito perto, seguindo por um "sendero" local até à cidade. Voltámos a caminhar por passadiços de madeira! Pouco depois das 18h00 chegávamos ao albergue municipal de La Guarda, após subirmos um imensa escadaria de pedra e percorrermos umas quantas vielas até à Calle Puerto Rico! A Marta fez o favor de ligar para o nº de contacto! Ficámos a saber que era a policia municipal que fazia o registo dos peregrinos (quando não havia pessoal do Ayuntamiento para o fazer). Dois policias muitos simpáticos que ainda nos tiraram umas fotos! Pagámos 5 euros e tínhamos o albergue só para nós, com muito boas instalações. Após o banho verifiquei que estava a ficar com uma espécie de alergia, algumas borbulhas na parte inferior das pernas e também nos pés! Antes de jantar passámos por uma farmácia para comprar uma pomada anti-histamínica. Fizemos um jantar leve numa esplanada junto à marginal, composto salada mista com atum e ovo cozido, o amigo António Ramos escolheu uma omolete de cogumelos. A Marta teve a cortesia de nos oferecer o jantar, como forma de retribuir a oferta do bacalhau à minhota, dado que o António Ramos tivera gesto idêntico ao almoço! Dar e receber, no fundo, outra forma de partilha no Caminho! Após um breve passeio pela marginal, recolhemos ao albergue pelas 23h00! O dia já ia longo e pelas nossas contas, naquela jornada não deveríamos andar muito longe dos 35 km, incluindo a travessia de barco! 

Fotos da Ermida de S. Isidoro e de Moledo do Minho, de Carlos Gonçalves 
(Associação dos Amigos do Caminho de Santiago de Viana do Castelo)

domingo, 19 de outubro de 2014

Caminho Português da Costa: 29-09 - Marinhas/Viana do Castelo















Esta etapa fica, decididamente, marcada pelo troço de acesso ao rio Neiva, a sua travessia e toda a magnifica paisagem envolvente! Começámos a caminhar por volta das 07h15 com a companhia de umas das peregrinas que, de inicio, pensei que fosse americana, mas era na verdade espanhola, de Burgos, mas a viver e a trabalha em, Madrid, a Marta! Em Castelo do Neiva parámos para tomar pequeno-almoço, leite e sandes com fiambre, a Marta pediu leite com chocolate e "tostada" (torrada). Eu e o António Ramos mantivemos a nossa intenção em seguir as setas, o que pressuponha caminhar um pouco mais para interior, mas ainda assim com  o mar o à vista! A Marta (mostrou-me um mapa que trazia do Luís Freixo)   e disse-nos que ia baixar à marginal e caminhar mais junto à costa! Disse-lhe que isso significava 2 coisas, ter o mais mais perto(talvez o caminho mais directo...), mas mais desassossego provocado pelo imenso trânsito da estrada nacional que ligava Esposende a Viana do Castelo! Marcámos encontro para mais tarde em Viana! Visitámos com calma a igreja de Santiago de Castelo do Neiva, um dos bastiões do Caminho da Costa, muito bonita por sinal, carimbámos a credencial e seguimos Caminho! Ao fim da manhã, pelas 12h30 e após atravessada a ponte Eiffel, chegávamos à bonita cidade costeira de Viana do Castelo! Deixámos as mochilas no albergue (que também só abria às 15h00, 6 euros) e fomos almoçar! O repasto foi num bar/restaurante muito tranquilo, na parte velha da cidade, composto por fevras grelhadas com batatas fritas e vinho verde tinto, por um genuíno preço peregrino! De seguida demos um passeio pela zona portuária da cidade, navio Gil Eanes (que agora serve de pousada) e Sra. da Agonia, antes de nos registarmos no albergue! Reencontrámos os peregrinos da véspera, lá estava já também a Marta que nos disse ter feito uma pequena travessia de barco para chegar a Viana! Durante a tarde chegaram mais peregrinos! Foi o albergue em que se juntaram mais peregrinos no Caminho da Costa! Após as habituais lides do albergue, fomos dar outro passeio pela cidade e fomos no elevador (3 euros ida/volta) visitar o imponente Santuário de Santa Luzia! Uma vista sobre a cidade, sobre os estaleiros e sobre o mar de ficar de boca aberta, um dos melhores miradouros onde já tinha estado! Demos logo por bem empregues os 3 euros! O Santuário de Santa Luzia era imponente e magnifico, com uma arquitectura muito bonita, uma verdadeira obra de arte, apesar de ser uma obra com menos de 100 anos! Reencontrámos a Marta e a peregrina da Estónia! Descemos de novo à cidade para beber umas imperiais numa das imensas esplanadas de uma movimentada avenida da cidade! Mais tarde jantámos num restaurante pequeno, mas acolhedor próximo da marginal, após o que demos um passeio nocturno pelo centro comercial da Estação de Comboios, antes de recolhermos ao albergue!