segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Rota portuguesa de Santiago é a mais antiga

Nesta obra, “Santiago de Compostela. Mistérios da Rota portuguesa”, editada pela Dinapress, Adrião referencia minuciosamente tudo o que se relaciona com os diferentes caminhos portugueses de Santiago. Há vários caminhos como os espanhóis, o francês ou os por via marítima, de Itália, Inglaterra e da Alemanha, mas o mais antigo é o português”, defendeu Adrião que reside no concelho de Sintra. O autor citou “a lenda áurea que trata da vinda de São Tiago à Península, e decorre toda ela na actual região Norte de Portugal” e afirmou que nos últimos 15 anos “assiste-se ao recrudescimento do interesse pelo caminho português, que parecia adormecidoHá um maior interesse pela busca cultural, espiritual e até pelo simples trânsito pelos caminhos de Santiago que como afirma um poema do século XIII, o caminho abre-se a todos, profanos e hereges, bons e maus”, mas sublinhou à imprensa que o “caminho é essencialmente uma rota penitencial”.Caminhando por caminhar não tem sentido não é uma peregrinação, e peregrinar é um acto de contrição. O caminho só tem sentido na sua envolvência espiritual e só depois desta é que vai absorver a vertente cultural”, sentenciou sábio. Mas é também um “caminho é de aventura, feito de lendas, de estrelas, de homens, e este livro é afinal uma aventura”. Há outros caminhos como o “al-andaluz” que parte da Andaluzia que entra em território nacional e que concentra a sabedoria árabe, a este propósito disse: “Refira-se que os árabes tinham uma grande e sentida veneração por São Tiago. Quando o invasor mouro Almansor conquista Compostela, poupou o túmulo do apóstolo a pedido do bispo de Lamego que na altura vivia na cidade”. A nossa Rainha Santa Isabel fez por duas vezes o caminho, a primeira vez a partir de Santiago do Cacém, acompanhada pela Princesa Vatasa de Lascaris, sua aia, e a segunda vez a partir de Coimbra, onde ainda hoje guardam em santa-a-Nova o cajado de penitente que a amparou. Na obra destaca-se a espiritualidade portuguesa e referencia-se cada um dos caminhos portugueses: de Loures à Galiza, de Santiago do Alentejo, a partir de Paderne, no Algarve e o da capital a Compostela. São dedicados capítulos à capital galega onde se encontra o túmulo do apóstolo, a ligação do Primaz de Braga a Compostela, a lenda de Santiago Matamouros, a Ordem de São Tiago da Espada, o património desta ordem em Portugal, e ainda a etnografia e simbologia jacobeia assim como a lenda de Santiago Barqueiro. O autor faz ainda referência aos “ditos populares” ligados ao caminho, assim como a gastronomia e aos albergues e hospitais na rota jacobeia. É um livro de levar na mochila para quem enceta o caminho, e para ter na estante para quem se interessa pela portugalidade”, rematou o autor.

Fonte: http://www.hardmusica.pt/noticia_detalhe.php?cd_noticia=9843