terça-feira, 3 de maio de 2011

Diário do Caminho Português: 7º Dia, 15 de Abril, Pontevedra/Caldas de Reis (23,5 km)













Retomámos o Caminho Português Central às 06h40 da manhã, mais motivados, quer pela proximidade a Santiago de Compostela, quer também pela 7ª etapa ser bem mais curta que as anteriores. Parámos a meio da manhã para "desayunar" no Mesón a Eira, onde reencontrámos o casal de peregrinos portugueses de Vila Franca de Xira (que conhecemos no albergue de O Porriño). Comemos os bocadillos da ordem regados a rigor com alvarinho, um pouco mais caro que o habitual (9 euros a garrafa). Pelo Caminho reencontrámos também o grupo de estudantes, confraternizámos um pouco e o Alexandre acabou por oferecer uma vieira a um deles, de seu nome João acho eu, que ficou muito sensibilizado com o gesto, o Alexandre é assim mesmo, ninguém fica indiferente à sua passagem! É Amigo do seu Amigo! Chegámos à cidade termal de Caldas de Reis às 12h40, fomos tirando algumas fotos até chegarmos ao albergue, já dentro da cidade voltámos a cruzar-nos com o casal de peregrinos portugueses que retemperavam forças para enfrentar o que ainda tinham pela frente até Padrón onde pretendiam terminar a jornada! Que Santiago lhes ilumine o Caminho! Enquanto esperámos pela abertura do albergue (abria às 13h00), refrescámos a garganta e o ânimo com uma cerveja fresca que o Alexandre teve a gentileza de nos providenciar! Após nos instalarmos no albergue e após o banho quente da ordem para relaxar um pouco os músculos e os pés, fomos até a um bar paredes meias com o albergue e comemos tapas de chouriço, presunto e queijo regadas com canhas fresquíssimas! Um pouco antes o Rosalino, como já prometera, fora até uma peluqueria aparar a barba! Após o repasto demos uma volta por Caldas de Reis, cumprindo mais um ritual prometido: banhar os pés nas águas tépidas que brotavam de 2 bicas de um fontánario ligado às termas. Os pés agradeceram encarecidamente! Mais para o final da tarde fomos até um jardim que dava para um curso de água onde se jogava um espécie de andebol em canoa, muito curioso e com muitos participantes também. O jantar foi no Mesón Museo Bermaña, a inevitável ementa do peregrino! Mas confesso que já comi melhor e com melhor aspecto! Ainda por cima o proprietário estava convencido que sabia fazer imensos truques com cartas, mas ficámos com a ligeira impressão que o seu futuro, não passava por aí, decididamente, e a melhor de todas foi que a sua esposa também era dessa opinião! Após a janta o António, o Pimpão e o Leonel recolheram ao albergue, eu , o Rosalino e o Alexandre demos um passeio higiénico pela cidade, fomos até um bar bastante concorrido onde bebemos café e água com gás. Regressámos um pouco mais tarde do que o habitual ao albergue, uma vez que neste havia um pouco mais de tolerância. Os estudantes peregrinos também ficaram neste albergue, o que equivale a dizer que a alegria e a boa disposição imperaram!

Fotos: António Delfino, António Pimpão e Rosalino Castro

1 comentário:

  1. Caros amigos,

    Agradeço comovidamente os (não merecidos) elogios a mim dirigidos. Creio que o múnus do peregrino seja o de absorver o máximo que o caminho proporciona como também deixar o seu “pedaço”, a sua parte ou sua marca pessoal. De uma maneira ou de outra, todos nós o fizemos, cada um a sua maneira.
    Só agradeço a Deus por ter me concedido a graça de desfrutar mais estes dias de caminho com este grupo fantástico!
    Que tenhamos outros meus amigos.

    P.S. Fiquei com o encargo de representar o grupo junto à placa da Puta do Vino?? Hehe

    Abraços a todos

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