domingo, 20 de junho de 2010

O Diário do Caminho: 24º Dia, 12 de Maio, Vendas de Narón - Melide












Finalmente a chuva deu tréguas! Apenas alguns pingos fortuitos à chegada a Melide. Uma etapa com muitos trilhos de bosque e com muito arvoredo a sombrear o Caminho. O percurso proporcionou um andamento muito rápido, com troços muito planos. Passámos por Palas de Rei às 09h30 e tirámos algumas fotos junto à igreja. Comemos algo em Coto - Leboreiro, já muito perto das 12h00, dado que até esta hora só tínhamos passado por bares fechados, nomeadamente, entre San Xulian e Casanova. Valeu uma tablete de avelãs que dividi com o Delfino para enganar os estômagos. Posso dizer seguramente que comemos o maior bocadillo em todo o Caminho, no bar “O Coto”: tortilha com chouriço, acompanhada das canhas da ordem. Conhecemos 2 peregrinas suecas que gentilmente nos pediram se podiam sentar-se na nossa mesa, uma vez que a esplanada do bar estava bastante concorrida. Falei com elas em inglês dando-lhes algumas informações que me tinham solicitado sobre o percurso desse dia. Ficaram muito admiradas pelo nosso bom aspecto e boa forma mesmo após 24 dias de marcha (afinal não estávamos assim tão mal tratados!). Em Coto – Leboreiro demos entrada na província da Corunha! Encontrámos 50 alunos de um colégio local que estavam também a fazer o Caminho de Santiago. No dia de hoje ficariam em Arzua, segundo informação prestada por uma das professoras. Animaram um pouco a nossa manhã! Chegámos a Melide às 13h25, após 26,8 km percorridos, com alguns pingos de água como já tive oportunidade de referir. Ficámos num albergue provisório por 5 euros, uma vez que o principal estava em obras. Este funcionava em contentores dentro de um enorme pavilhão. Aqui conhecemos um peregrino francês que estava a fazer o Caminho de bicicleta (o Caminho de ida e volta!). Chama-se Dominique, bebeu um copo connosco durante a tarde e acabámos por convidá-lo para jantar com o nosso grupo. Aproveitei a tarde para fazer algumas compras, jogar no euro milhões, beber umas canhitas e conhecer Melide. Estamos a 50 km de Santiago! Estávamos a 2 dias de tornar realidade o que até há bem pouco tempo não passava de um sonho nas nossas mentes! Jantámos um delicioso polvo (pulpo), especialidade de Melide! Um aspecto curioso do restaurante é que servia o vinho numas malgas de loiça! Engraçado! Era um espaço bastante típico e acolhedor, pelo que pedimos a uma das simpáticas empregadas que nos tirasse algumas fotografias. Já pela noite dentro ficámos a saber que os espanhóis tinham mais um motivo para festejar: o Atlético de Madrid tinha vencido a Liga Europa em futebol!

Texto: Sérgio Cebola
Fotos: 1 a 3, 5, 8 e 10 (A. Delfino), fotos 4, 6, 7 e 9 (A. Pimpão), foto 11 (Rosalino Castro)

1 – Na saída de Vendas de Narón
2 – Fonte do Peregrino (mais uma…)
3 – O Delfino junto à igreja de Palas de Rei
4 – O Castro e o Alexandre nas imediações de Casanova
5 – Eu e o Delfino na entrada da província da Corunha
6 – O Pimpão junto à Cruz de Santiago nas imediações de Furelos
7 – A ponte sobre o Rio Furelos
8 – O Delfino assinalando a chegada a Melide
9 – Perspectiva do interior da Igreja Paroquial de Melide (séc. XIV)
10 – Mais um jantar animado, desta feita com a companhia do Dominique
11 – O delicioso polvo (pulpo) de Melide e a curiosa malga de vinho tinto!

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