quinta-feira, 17 de abril de 2014

Via da Prata I (Sevilha - Salamanca)

Etapa 9
Dia 8 de Abril de 2013 (2ª feira)

a) Cáceres – Embalse Alcântara (32,8 km)
b) Embalse Alcântara – Cañaveral (11,4 km)  

Depois do dia de ontem, confesso que para chegar a Salamanca no timing previsto, cumprir os meus planos para esta tirada seria crucial, queria primeiro que tudo chegar ao Embalse de Alcântara e depois ver se realmente tinha condições físicas e tempo para prosseguir até Cañaveral e foi com esse pensamento que iniciei pelas 06H40 a minha etapa, saindo de Cáceres em direção a Casar de Cáceres por estrada que só abandonei definitivamente já muito perto daquela povoação, cheguei duas horas e onze km depois. 

Parei num barzinho onde comi um churrito e bebi um belo café com leite, saí, parei um pouco à saída da povoação junto à Ermida de Santiago, meditei um pouco respirei fundo e segui por uma ampla pista de terra batida a perder de vista, lá longe sem que o soubesse vislumbrava já a muitos km o meu destino do dia, passei por um choço de pedra, os tais cubos em granito direccionavam-me correctamente por entre amplos campos povoados aqui e ali por manadas de vacas e alguns miliários ainda muito visíveis nesta fase do caminho, uma paisagem maravilhosa a perder de vista, andei muito bem, liguei a musica e caminhei, dancei, cantei, enfim mesmo sozinho consegui divertir-me abundantemente até chegará Finca Berrueto e à passagem das obras da estrada para a qual tive que ter uma atenção redobrada por ser uma zona um bocado confusa até se apanhar as marcas do outro lado, encontrei junto a uma área de merendas muito convidativa para parar, dois casais de peregrinos, um francês e um alemão, a quem me juntei a comer alguma coisa, eles saíram alguns momentos antes de mim, iriam ficar no albergue do embalse, segui junto ao casal francês, passei primeiro o rio Almonte e atravessei o Tejo, mandei cumprimentos através das suas águas para casa que iriam passar nos limites do meu concelho, Nisa, tinha que tomar a decisão ficava ou seguia? Decidi seguir até Cañaveral, sentia-me bem, muito bem mesmo, subi até a cota de 374 metros pelo percurso balizado que segue o Tejo e que nasce em Cedillo, depois de algum tempo a andar comecei a ter que atravessar mais algumas zonas de obras e pastos com vacas que tentei contornar sempre desconfiado, cheguei a Cañaveral, segui pela estrada principal e atingi o Hotel Málaga às 16 horas e pelas minhas contas depois de mais de 45 quilómetros palmilhados.

Estive a tomar duas cervejas com limão antes de subir ao quarto e tomar um banho que merecia depois da híper etapa que tinha feito, o dono do bar informou-me que de preços se falava depois, fiquei um bocado de pé atrás, mas na verdade as alternativas também não iriam ser muitas por ali, pedi-lhe um local onde lavar a roupa, mandou-me trazê-la para baixo que a lavava e enxugava, bom fui tomar o banhinho trouxe a roupita para lavar, saí para comprar algumas coisas de que necessitava com especial relevância para pilhas para a máquina e creme para os pés, para além das provisões habituais, ao lado um supermercado que bem me calhou não ter que ir para longe, paguei, saí e fui deixar as coisas no quarto e aproveitei para ver um pouco de tv e descansar, só descendo de novo por volta das 8 da noite para jantar, menu peregrino, jantei bem tentei conectar-me na net mas não consegui, fiz as contas no total, dormida, lavagem de roupa e jantar 36 euros, bom podia ter sido pior, mas mesmo assim, enfim!

Dei uma volta pelos subúrbios, regressei ao quarto, liguei a tv e adormeci assim, amanhã seria um novo dia e uma nova etapa.









Texto e fotos: António Pimpão

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