segunda-feira, 14 de abril de 2014

Via da Prata I (Sevilha - Salamanca)

Etapa 7
Dia 6 de Abril de 2013 (sábado)

Mérida – Alcuéscar (36,4 km) 

Saí de Mérida pelas 08 da manhã pela ponte romana do Arroyo Albarregas com vista para o aqueduto com as cegonhas e com o nascer do sol a despontar deu uma imagem espetacular. Prossegui guiando-me pelas flechas amarelas e seguindo por uma ciclovia até á barragem romana de Proserpina, o que fiz num ápice, parei para apreciar a construção e tirar algumas fotos, contornei a barragem e após um pequeno engano prontamente desfeito por uns pescadores matinais, tomando á esquerda uma pequena estrada alcatroada, um par de km depois sai-se da estrada sempre por caminhos abrindo e fechando cancelas cheguei a El Carrascalejo, que possui uma igreja do século XIV e que transpus sem parar, até chegar a um túnel por baixo da auto-estrada por onde passei e após uma ligeira subida atingi um cruzeiro, donde se avista Aljucén, local onde parei num café junto á igreja e tomei um retemperador bocadillho com uma Coca-Cola, para o final da etapa faltavam ainda cerca de vinte quilómetros…

Segui por estrada até ultrapassar o rio Aljucén para pouco tempo depois, á direita entrar num caminho de terra batida em pleno parque natural de Cornalvo y sierra Berneja, pela via pecuária e que me iria levar até muito perto do final, sem que antes tivesse que atravessar mais um arroyo de botita ás costas e encontrado pessoal que deveria andar a procura de cogumelos, troço do qual gostei especialmente, atingido que foi mais um cruzeiro e após o encontro com um peregrino que aproveitou a fresca erva para fazer uma siesta atingi mais um cruzeiro para pouco depois de deixar o caminho de terra, fazer os últimos metros por estrada até a povoação de Alcuescar, destino final da etap com pernoita no Albergue de Peregrinos Casa de la Misericordia de Alcuescar, com jantar incluído e funcionando por donativo, cheguei eram 16H30 e após o registo e banho retemperador e as tarefas do costume saí para mais umas compritas, quando regressei reencontrei uma peregrina com quem tinha estado em Mérida e que me disse que por pouco não me tinha apanhado em Aljucen, dado que o dono do café lhe tinha dito que eu tinha acabado de sair e teve que fazer sozinha toda a etapa.

Após o jantar que de bebida apenas tinha água, convidei-a e a um dos hospitaleiros a tomar comigo um cafezinho no bar ao lado e após alguma conversa ele diz-me que já anda nestas andanças desde 1968 e pela conversa deduzo que conhece todos os sítios de que lhe falo, bela conversa essa com quem vive tão intensamente este caminho e que por aqui se mantém há já uns anos fazendo trabalho voluntário a troco de comida e teto para dormir, foi das conversas mais enriquecedoras deste meu caminho e deduzo mais uma vez que é preciso tão pouco para se ser feliz.


A registar as tréguas dadas pela tendinite e o encontro com pessoas cujas partilhas de experiências de vida torna a nossa existência tão plena.







Texto e fotos: António Pimpão

Sem comentários:

Enviar um comentário