quarta-feira, 27 de abril de 2011

Diário do Caminho Português: 1º Dia, 9 de Abril, Porto/Vilar do Pinheiro (17,5 km)




Partimos de Nisa bem cedo, às 07h00 da manhã, o Zé Carlos Monteiro teve a gentileza de passar, com a viatura, pela casa de cada um, fazendo aquilo que na verdade se chama de recolha ao domicilio. Para que o Zé Carlos não fizesse a viagem de regresso a Nisa em solitário, acompanhou-nos também o amigo João José Temudo, companheiro de outras jornadas pedestrianistas. Pelas 09h00 efectuámos uma breve paragem na localidade de Pastor para tomar o pequeno-almoço. Às 10h30 chegávamos ao Porto, com passagem pelo estádio do Dragão para apanhar o Quim (irmão do Rosalino que reside no Porto), que nos iria fazer companhia ao almoço e jantar nesta nossa primeira jornada. Logo de seguida seguimos viagem até ao aeroporto Francisco Sá Carneiro, cirurgicamente conduzidos pelo amigo Quim, de forma a fugirmos às portagens. Estacionámos nas imediações do aeroporto e pouco depois o Alexandre juntava-se a nós. A Rosangela tinha embarcado às 10h15 rumo a S. Paulo. O grupo estava finalmente junto. Por isso nada como comemorar a rigor, comemos empadas e brindámos com vinho, oferta do amigo João José. O Alexandre, claro está, apenas brindou com o bom do vinho tinto, as suas opções vegetarianas assim o impuseram. Soubemos então pelo Alexandre, que o seu amigo de S. Paulo afinal não viria. Após um bonito passeio de carro pela marginal, com passagem pelo Porto de Leixões, parámos para almoçar na Foz na “Tia Aninhas”, tripas à moda do Porto (pois o que haveria de ser…), menos o João José que optou pelos rojões e o Alexandre que se ficou pelo arroz de marisco. Após o repasto fomos até à Sé Catedral, carimbámos as credenciais (primeiro nos serviços de turismo da cidade e depois pelas 14h30 na Sé, hora em que esta reabriu ao público). Já antes, pouco depois das 14h, o companheiro Daniel Oliveira dos “Restauradores da Granja”, quis estar presente para nos dar uma força no arranque, uma vez mais, bem-haja pela força, companheiro! Às 14h38 e após uma breve visita pelo interior da Sé Catedral e depois de tiradas as primeiras fotos da praxe, dávamos os primeiros passos no Caminho Central Português desde a cidade do Porto. Quase 1 ano volvido desde o Caminho Francês, estávamos de volta à Rota Jacobeia! Foi uma sensação única, um pouco difícil de descrever, qual dejá vu! Até Vilar do Pinheiro foi um percurso 100% urbano e com muito trânsito, facto para o qual já estávamos devidamente alertados. Após passagem pela zona da Maia, mais precisamente em Araújo, efectuámos uma primeira paragem para um fino e para reabastecer as garrafas de água. Um pouco antes de chegar ao destino desse dia, recebi um telefonema do companheiro António Moroso Fernandes de Castelo Branco (que em Junho vai estar a fazer o Caminho desde Chaves). Telefonou a dar-nos uma força! Bem-haja também, caro amigo e Bom Caminho também para si! Já à entrada de Vilar do Pinheiro efectuámos nova paragem para refrescar os ânimos e a sede também! Chegámos à Residencial Santa Marinha às 18h30, após o check-in e o merecido banho quente, fomos até a um bar nas imediações para amena cavaqueira entre alguns finos, azeitonas, batatas fritas e amendoins. Por sugestão do irmão do Rosalino fomos jantar ao restaurante Ricardo 3, perto da zona industrial da Maia. Fomos para as francesinhas, é claro, outra especialidade do Porto. Como éramos 7, o Quim teve que nos transportar por 2 vezes, mas a viagem também era muito curta. Pode dizer-se que nos foram servidas umas “super francesinhas”, pois na verdade 1 daria para 2 pessoas, de tal maneira que mandámos embalar o excedente para a merenda do dia seguinte. O Alexandre também comeu francesinha, mas sem carne, apenas com queijo, ovo e muito molho picante como era seu apanágio. Cerca das 21h00 o Alexandre recebeu um telefonema da Rosangela, já estava no aeroporto de S. Paulo, tinha chegado bem! O Quim levou-nos de regresso à Residencial Santa Marinha após o intenso repasto de francesinhas. O resto do serão foi passado nos quartos a ver TV, ouvir música e antecipar um pouco a etapa seguinte.

Fotos: António Delfino

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