domingo, 16 de janeiro de 2011

O Caminho Português (III)

A sinalização poderá vir a ter um carácter definitivo, uma vez que o Caminho tem já uma identificação precária com as inconfundíveis setas amarelas, que o tornam acessível a qualquer caminheiro, prevendo-se ainda acrescentar à indicação de Santiago de Compostela a direcção oposta do Santuário de Fátima, esta talvez com uma seta azul. De facto, o Caminho Português de Santiago, no seu retorno, é um Caminho de Fátima, com afluência crescente de Peregrinos que, por devoção à Virgem Maria prosseguem viagem depois de alcançar Compostela. A promoção é também um dos aspectos fundamentais para garantir a continuidade das Peregrinações e perpetuar a devoção jacobeia, efectivando-se com a publicitação do crescente movimento que se tem vindo a verificar nos últimos anos, apoiando as iniciativas que vão surgindo e participando em todos os eventos em que este tema se enquadra. Mas também, de uma forma muito particular, com a realização, por parte da Associação dos Amigos do Caminho Português de Santiago, de uma Peregrinação anual na semana precedente da festividade de S. Tiago, que envolve algumas dezenas de participantes, na sua maioria jovens. Esta Peregrinação partiu de Ponte de Lima (156 km) em 1998 e 2000 e de Barcelos (188 km) em 1999, prevendo-se que em 2001 parta finalmente do Porto (243 km), que nesse ano se consagra como uma das Capitais Europeias da Cultura. Estas deslocações fazem-se por etapas sucessivas de vinte e cinco quilómetros de extensão média, ficando os Peregrinos alojados nos albergues ou nas instalações desportivas que os municípios geralmente cedem quando a dimensão da Peregrinação o justifica. Porto, Vila do Conde, Barcelos, Ponte de Lima, Valença, Porriño, Pontevedra, Caldas de Reis, Milladoiro e Santiago de Compostela são os locais que definem as etapas geralmente escalonadas e que têm maior capacidade de oferta de alojamento, podendo ainda acrescentar-se outros não menos importantes como Tuy, Redondela e Padrón.A Associação dos Amigos do Caminho Português tem contado sempre nestas iniciativas com a colaboração empenhada do Corpo de Voluntários da Ordem de Malta, que garante um acompanhamento contínuo dos Peregrinos ao longo de todo o trajecto. Esta colaboração justificou a formalização de um protocolo entre a Associação dos Amigos do Caminho Português de Santiago e a Assembleia dos Cavaleiros Portugueses da Ordem Soberana e Militar de Malta, que contemplou a cedência de uma caravana ao seu Corpo de Voluntários, para ser utilizada no apoio às Peregrinações anuais a Santiago e em todas as iniciativas assistenciais da Ordem, nomeadamente nas Campanhas de Fátima.

Fonte: Guia do Caminho Português de Santiago, reedição de 2004
Associação dos Amigos do Caminho Português de Santiago
Foto: Caminho empedrado em Arcozelo (4ª etapa: Ponte de Lima/Valença-Tui)
Autoria: blogcomcebola.zip.net

Sem comentários:

Enviar um comentário