segunda-feira, 24 de junho de 2013

Epílogo do Caminho Aragonês/Francês: Santiago/Múxia/Finisterra

Dia 18 de Maio: Etapa 1, Santiago - Vilaserio

À hora do costume deixámos Santiago rumo a Vilaserio, com 35 km de distância para percorrer! Bebemos café com leite e comemos chocolate na Casa Pancho em Trasmonte, onde também aproveitámos para carimbar a credencial! O habitual grupo de 4 passou a 8, com a presença do António Pimpão, do Manuel Correia, do Rosalino Castro e do Philipe, um simpático peregrino francês que conhecemos no albergue de Pedrouzo (acho que o Delfino já tinha falado com ele um pouco antes de Pedrouzo)! Às 12h00 parámos em Negreira para fazer as habituais compras do almoço, num supermercado! Com a cortesia da simpática hospitaleira, utilizámos as instalações do albergue municipal de Negreira para almoçar! O Pimpão trouxe de Nisa várias iguarias: 2 garrafas de tinto Terras de Nisa (oferta do amigo Ricardo Reizinho), empadas (oferta da amiga Cruz Semedo), um bucho de morcela (oferta do amigo João Maria Manso) e um queijo de Nisa (oferta da amiga Graça Louro). Às 16h20 chegámos a Vilaserio, só não ficámos no albergue da antiga escola porque não tinha água quente, eu próprio fui até lá confirmar! Acabámos por ficar no albergue privado o Rueiro por 12 euros (valor que nos pareceu um pouco exagerado comparativamente com outros onde já tinhamos ficado...). O jantar foi no bar do albergue, pratos combinados por 6 euros.




19 de Maio: Etapa 2, Vilaserio - Dumbria

Às 06h55 começámos a caminhar com uma ligeira neblina matinal. Logo depois de Maroñas segui sózinho até Olveiroa (o resto da rapaziada pararam num bar junto à estrada para comer algo). Cheguei com 1 hora de avanço. Chegou o Philipe e logo depois os restante grupo. Gostei e senti-me bem ao fazer este trecho em solitário! Cruzei-me com 3 peregrinos até Olveiroa! A paragem ocorreu no albergue Hórreo (privado). bebi um copo de tinto, comi uns frutos secos (que partilhei com o Philipe) e carimbei a credencial. Antes de Hospital tivemos que esperar  pelo Delfino, Leonel e o Philipe que se equivocaram com umas setas e sairam do itinerário principal. Às 15h25 chegámos ao albergue municipal de Dumbria, com aspecto de novo, excelentes instalações e o melhor de tudo: só para nós...eheheh...! Durante o resto da tarde demos um passeio por Dumbria, fomos às compras para o jantar no albergue. No bar do mesmo proprietário do supermercado comemos calamares, tortilha e bebemos umas "canhas". Aproveitei para comprar também pão, fiambre, bolos e sumo para a manhã seguinte. Às 19h30 jantámos todos no albergue: macarrão com molho de tomate (paa repor os hidratos de carbono...eheheh...!), salada mista e macedónia de frutas! O Alexandre preparou o parto principal e a restante equipa colaborou nos preparativos e na confecção da macedónia de frutas! O Philipe o fereceu os cafés! Etapa de 31 km.





20 de Maio: Etapa 3, Dumbria - Múxia

Não sou muito apologista de verdades absolutas nem de dados adquiridos, mas, ainda assim, não resisto a eleger esta etapa como, talvez, a mais bonita de todo o Caminho! Foi percorrida entre as 07h05 e as 12h00, ao longo de 23,4 km! Trilhos de bosque muito bonitos, tempo execelente, paisagens bucólicas até perder de vista e com o mar sempre ao nosso lado! A vista que se alcança sobre Múxia após a descida de Moraime, é qualquer coisa de inenarrável! Em Merexo efectuei uma pausa com o Alexandre para retemperar forças e para o Alex colocar roupa mais fresca (foi a primeira vez que caminhou de calções...eheheh...!). O avistamento de Múxia proporcionou-nos fotografias de rara beleza! Como o albergue municipal só abria àa 13h00, fomos até ao bar O Xardín, onde já tinhamos almoçado em 2010, para beber umas fresquíssimas Estrella Galicia 1906 com umas tapas muito apetitosas! O Alex telefonou para casa! Partilhámos uma conversa muito agradável ao longo de 1 hora de merecido descanso! Levantámos a Muxiana no albergue. Depois das 16h00 fomos até à igreja da Virgem da Barca e ao Mirador do Corpiño! Mais uns momemtos a proporcionarem excelentes fotos! Molhei os pés e lavei a cara na (gelada) água da Costa da Morte! Contemplei o horizonte! Estava rodeado de montes de mexilhões agarrados às rochas!Voltámos a confecionar um jantar comunitário no albergue, o Alexandre já há muito tinha prometido um rizzoto, acompanhado de salada mista e macedónia de frutas! Tivemos uma convidada de última hora, uma peregrina canadiana, a Lisa que partilhou connosco uma excelente "botella" de tinto da Rioja! Antes do recolher, bebemos café e xupito no bar O Xardín.









21 de Maio: Etapa 4, Múxia - Finisterra

Entre as 07h00 e as 14h00 palmilhámos os últimos 30 km do Caminho! Por sinal os mais mal sinalizados quer no sentido Múxia-Finisterra quer no sentido Finisterra-Múxia! Já em 2010 tivemos manifestas dificuladades por causa da deficiente sinalização deste troço! Realizámos uma paragem para reforçar o "desayuno" no bar As Eiras, um pouco antes de Lires! Carimbámos as credenciais e cruzámo-nos com um bicigrino português, acho que era da zona do Porto! A ribeira de Lires já tem uma ponte (já tinhamos essa informação...), pelo que desta feita a travessia foi menos atribulada do que em 2010...eheheh...! Ao chegarmos a Finisterra fomos logo ao albergue municipal levantar a Finisterrana! Depois fomos até ao já nosso "velho conhecido" hotel Âncora, do nosso amigo galego Manoel! Ficou radiante de nos ver regressar e nos também de o revermos radiante e de boa saúde! Com o check-in feito, fomos comprar comes&bebes para festejarmos a rigor no Cabo do Farol Finisterra...Faltavam apenas 3,5 km para o marco com o km 0 do Caminho! Eu fiz parte daqueles que quiseram subir com a mochila! A chegada ao farol é também (a par da chegada a Santiago ou à Cruz de Ferro) um momento sempre especial! Cumprimos os rituais da fogueira e da queima da roupa! Comemos, bebemos e brindámos! De regresso ao hotel, tomámos banho e descansámos! Às 20h00 um excelente jantar no restaurante do hotel: mista de peixe grelhado e uma "parrilada" de marisco! O Manoel ofereceu o vinho...albariño...pois claro! Foi um repasto completíssimo! Perto da hora do por-do-sol o Manoel deu-nos boleia até ao Farol, era o momento derradeiro da nossa peregrinação...da pereginação de todos...ao fim e ao cabo...! A sensação é indiscritivel e inenarrável! Parafraseando (uma vez mais) o meu amigo Alexandre "só metendo uma mochila às costas e sentir na pele o que se sente nestes momentos!". Não poderia estar mais de acordo! Após o momento mágico deste por-do-sol, regressámos pelo nosso pé a Finisterra! Um passeio noturno pelos bares, uma bebida antes do recolher ao hotel (houve quem prolongasse o périplo pelos bares...eheheh...!), sem problemas de maior, a nossa missão terminara!!!








Fotos de António Delfino e de Manuel Correia

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