segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Na Rota do Imperador Carlos V treinando para o Caminho Português








Pelo segundo ano consecutivo aceitei, de bom grado, viajar quase 300 km de carro até Jarandilla de La Vera em Espanha, para percorrer a pé os 11 km que constituem a Rota do Imperador Carlos V. Comigo quiseram também partilhar esta memorável jornada o Rosalino Castro, a Ricardina Barrocas, a Maria Isabel Semedo, a Cruz Semedo e o Luís Temudo. Tudo se passou ontem, 6 de Fevereiro, num dia de temperatura amena, já a espreitar a Primavera. Trata-se de um percurso em que a trilogia história, tradição e natureza se combinam na perfeição. Em 25 de Outubro de 1555, já doente e depois de ter abdicado do trono e do cargo de Imperador da Alemanha, Carlos V dá inicio à viagem que o vai levar para o seu retiro no Mosteiro de Yuste, na encosta da Serra de Tormantos. Ao chegar a Jarandilla de La Vera, como as obras no Mosteiro ainda não estavam concluídas, Carlos V instala-se no castelo dos Condes de Oropesa. A 3 de Fevereiro de 1557, faz a última etapa da sua viagem de recolhimento até ao Mosteiro de Yuste, viagem que é conhecida como a Rota do Imperador Carlos V, que veio a falecer a 21 de Setembro de 1558, em Yuste, onde foi sepultado. A Rota tem o seu inicio no castelo dos Condes de Oropesa de Jarandilla de La Vera, hoje convertido na Pousada Nacional Carlos V e finaliza no Mosteiro de Yuste, inclui um desfile com trajes da época e o discurso de sua majestade ao povo. Até Aldenueva de La Vera, o percurso atravessa a ponte do Parral e grandes extensões de carvalhos. Ainda em Aldeanueva pode ser contemplada a Igreja de S. Pedro e a Fonte dos Oito Canos. Na saída desta localidade, a rota atravessa a ponte de Telhar (Tejar), sobre a Garganta dos Órfãos (Guachos). Daqui se pode desfrutar de um dos recantos mais atractivos do caminho, pela sua beleza e frescura, pelo que foi por aqui que o nosso grupo aproveitou para realizar uma primeira paragem para retemperar forças para a parte final da travessia. Em Cuacos de Yuste, classificado como Monumento de Interesse Histórico Artístico, degustámos “unas canhitas” em jeito de revisitação do “Camiño”. Na subida final até ao Mosteiro, merecem também visita o “Cemitério Alemão”, o Cruzeiro (Humilladero) e, já no final, a Igreja do Mosteiro. Em Cuacos de Yuste decorreu um agradável pic nic, sob o lema “Trás o teu e come do de todos”, na companhia dos nossos amigos de Castelo Branco, Proença-a-Nova, Sobreira Formosa, Medelim, Salvaterra do Extremo, Vila Velha de Ródão e Idanha-a-Nova (desculpem-me se esqueci alguém…), após o qual fomos até à praça central de Cuacos assistir à animação musical e degustar mais “unas canhitas”. Mais que um treino para o Caminho Português, esta travessia foi também de certa forma, um reviver de outras passagens, o reencontro com companheiros de outras jornadas e serviu também para promover as próximas actividades pedestrianistas a realizar no concelho de Nisa, “No Trilho da Serra de S. Miguel” (20 de Fevereiro) e a XII Rota do Contrabando (26 de Março). Deixo uma palavra final de agradecimento ao companheiro Joaquim Ramos pelo seu apoio e colaboração que tornou possível a participação do nosso grupo na Rota do Imperador, bem como agradeço os votos que nos desejou, juntamente com a sua esposa, de “Bom Caminho!”

Fonte: Associación para el Desarrollo Integral de La Comarca de La Vera
Associação Desportiva e Cultural de Sobreira Formosa/Proença-a-Nova

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