terça-feira, 6 de abril de 2010

Romaria a Nossa Senhora da Graça: um itinerário alternativo








Aproveitando o feriado municipal em honra da Padroeira de Nisa, Nossa Senhora da Graça, que se assinala na 2ª feira de Páscoa, lá fomos eu, o Castro e o Pimpão para mais um treino de preparação referente à nossa na travessia do Caminho Real Francês de Santiago de Compostela, que se aproxima a passos largos. Já com todo o equipamento às costas e quando eram 08h50 da manhã, partimos da porta do Pimpão, no Bairro da Fonte Nova rumo ao ponto de maior altitude do Concelho de Nisa: o Alto da Serra de S. Miguel! Tentámos juntar o útil ao agradável, senão vejamos: aproveitar o dia da Romaria, seguindo mais além até à Serra, dado tratar-se de um percurso que em muito se assemelha à 1ª etapa do Caminho de Santiago, precisamente a travessia dos Pirenéus, pelo que subir era preciso! Saímos de Nisa pelos Postigos, descendo a Azinhaga da Fonte da Aluada, direitos ao Vale Cardoso e deste à Carreira Velha. Antes desta antiga via cruzar a estrada para a Ermida de Nª Sra. da Graça, viramos à esquerda por um caminho contíguo e junto à Barroca do Vale Louro, subimos o eucaliptal até entrarmos no que é conhecido pelo Caminho de Santiago e por ele seguimos, já com a Vinagra e a Serra no horizonte! Uma pequena paragem para retemperar forças, com uma vista magnifica de tudo o que nos rodeava: a Serra, a Ribeira de Nisa e a Ermida de Nossa Senhora da Graça, de onde se ouviam já as primeiras manifestações religiosas e onde começavam já afluir os primeiros romeiros, seriam pouco mais de dez horas da manhã! Um dia fantástico para caminhar na natureza, muito sol, com um horizonte a permitir grandes vistas e temperaturas bastante amenas! Retomando a nossa “romaria” lá fomos descendo até à Ribeira de Nisa, para a atravessarmos num passadiço situado no local conhecido por “Porto das Carretas”, muito próximo da foz do Ribeiro do Nisorro. Flectindo ligeiramente à esquerda, mais uma subida até chegarmos à aldeia da Vinagra em pleno sopé da Serra de S. Miguel. Breve paragem na fonte junto à estrada para saciar a sede e reabastecer os cantis. Já em plena "PR5: À Descoberta de S. Miguel" (a precisar de alguma manutenção…) lá fomos em direcção à subida tecnicamente mais exigente: a ascensão ao cume de S. Miguel pela vertente da Vinagra. O grau de exigência da subida ia aumentando proporcionalmente à beleza das vistas: um verdadeiro miradouro natural, a Ermida da Sra. da Graça, Pé da Serra, Salavessa, Montalvão, Nisa, Castelo Branco e até a neve na Serra da Estrela era bastante evidente. Quando chegámos ao cume, junto ao famoso “pnoco” que assinala os 463 metros de altitude, era meio-dia em ponto, pelo que não só a hora, mas também o local era ideal para desfrutarmos do almoço que trazíamos nas mochilas: lebre com feijão branco (os agradecimentos ao meu pai pela oferta…) bem regada com um tinto a rigor! Após cerca de 1 hora de pausa bem mais do que merecida, equipamento de novo às costas, pois era tempo de retomar a “romaria”, desta feita para descer a Serra pelo fantástico caminho do Monte Cimeiro e deste ao Pé da Serra onde bebemos café e digestivo no Café do Ti Marzia e degustámos uma magnifica tigelada caseira oferecida pelo Júlio Almeida, confeccionada pela sua mãe (digam lá se não temos qualidade de vida…). De novo pés ao caminho e, agora sim, em direcção à Ermida da Padroeira, primeiro pela estrada e depois, a seguir à ponte antiga, pelo caminho romano, lá chegámos à Romaria eram 15h00 e, claro está, tivemos que beber umas loiras nos diversos “locais de culto”. Cerca das 16h00 retomámos o caminho de regresso a Nisa, de início pela estrada, onde nos cruzámos com alguns romeiros, virando mais à frente à esquerda pela Carreira velha até ao caminho do Retiro e deste ao pontão do Vale da Boga, subindo o caminho até ao Alto de Santa Luzia, já com as vistas de Nisa no horizonte! Às 17h30 demos por terminada mais uma caminhada preparativa do Caminho de Santiago e até nos km efectuados estivemos em consonância com os que iremos efectuar na 1ª etapa: 26 km! Terminámos a jornada com um jantar familiar no David, na Fonte Nova, qual ensaio para a despedida que se avizinha! O relógio não pára e nós…pelos vistos também não!

Texto: Sérgio Cebola
Fotos: António Pimpão

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