Etapa 5
Dia 4 de Abril de 2013 (5ª feira)
Dia 4 de Abril de 2013 (5ª feira)
Zafra – Vilafranca de Los Barros –
Almendralejo (40,6 km)
Saí do albergue às
07H10 depois de uma última insistência do António para ali permanecer mais um
dia.
À saída tive
alguma dificuldade para encontrar dentro de Zafra o rumo certo, o que consegui
com a ajuda de uns caminheiros matinais que me puseram no bom caminho até Los
Santos de Maimona.
Após uma longa
descida com piso cimentado passei, sem parar, na povoação e sem perder nunca de
vista as setas amarelas, segui por um caminho meio lamacento com alguns
aguaceiros à mistura, o que para a minha tendinite veio mesmo a calhar bem, a
passagem pelas zonas de vinha foi terrível, infernal mesmo, chuva e atolamento
constante numa lama que teimava em agarrar-nos e não nos querer deixar seguir.
Passada a linha
do comboio e transposta a autoestrada por uma passagem subterrânea, após alguns
quilómetros e antes de chegar à povoação seguinte, deparei com mais uma linha
de água e pela segunda vez neste caminho tive a sorte de apanhar mais uma
boleia de carro durante alguns metros.
Em Calzadilla de
los Barros (fiquei a saber nas pernas o porquê do nome) fui presenteado com
mais uma carga de água, aproveitei para comprar comida para o almoço e para o
que faltava da etapa, acomodei-me na entrada do mercado onde a chuva não me
chegava, terminei o repasto, entrei na farmácia, comprei anti-inflamatórios,
tomei dois e ala que se fazia já tarde.
Na saída da
povoação entrei num amplo caminho de terra batida, barro e mais barro, oliveiras
e vinhas, muitas vinhas, até atingir o campo público El Chaparral, espécie de
terreno publico loteado com pequenas parcelas de vinha, recomeçou a chover, o
barro que se colou às botas, aliado á minha debilidade física, tornava
extenuante andar, foi talvez o pior troço de todo o caminho, deixei de me
preocupar e comecei a andar a direito, por dentro de água, pelo meio do barro,
encontrei um vinicultor de carro em sentido contrário que insistiu
veementemente para voltar para trás com ele, que se lixasse não iria para trás,
para a frente sempre, este era o meu caminho.
Após uma hora
neste martírio atingi de novo um caminho amplo com um piso um pouco melhor, daí
até ao desvio para Almendralejo foi mais uma hora a bater o pé, onde cheguei
completamente de rastos, ter exagerado nos anti inflamatórios provocou umas
náuseas desagradáveis que me deixaram mareado, procurei desesperadamente o
Hotel Los Angeles onde ficaria a pernoitar e onde cheguei pelas 15H45, para
casa mandei a mensagem que estava tudo sob controlo, mas na realidade estava
todo “mamado”.
O quarto de 25 €
com casa de banho e tv foi providencial, não lavei roupa, tomei banho, saí para
comprar mantimentos e decidi comprar também algo para jantar no quarto, depois
de regressar, estendi-me na cama a ver tv e desliguei por completo, ligaram-me
as 11 da noite e constatei que afinal nem tinha jantado, que se lixasse também
não tinha fome e estava agoniado, dormi até de manhã.
Desta etapa,
muita lama, muito dureza…!
Texto e fotos: António Pimpão
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