terça-feira, 21 de outubro de 2014

Caminho Português da Costa: 01-10 - La Guarda/Puerto de Mougás





Em virtude da diferença horária o dia apenas clareava na Galiza entre as 08h00 e as 08h15 da manhã, pelo que não faria sentido começar a caminhar antes, não havia luz, o que seria o suficiente para se perder uma seta e sair do caminho certo! Revimos a hora da alvorada e passamos a despertar às 07h00! Às 10h15 da manhã fizemos uma paragem no bar "El Perto", em Oia, junto ao Mosteiro (que estava fechado), tomámos o pequeno-almoço! Eu tinha leite e bolos na mochila, pelo que apenas bebi café "solo". Aproveitámos para carimbar a credencial! Na saída de Oia notámos um cheiro algo nauseabundo que provinha do aproveitamento que os locais faziam das algas em putrefacção, como eram ricas em azoto, eram utilizadas como fertilizante. Caminhámos sempre com o mar à vista, mas muito tempo por uma ciclovia junto à estrada nacional, o que tornou parte da jornada algo monótona. Às 12h00 chegávamos ao albergue El Aguncheiro (privado, 10,00 euros). Foi a nossa despedida da Marta (momento que registámos com uma foto), ela tinha que estar em Santiago no dia 05-10, pelo que tinha que arrepiar Caminho e nesse dia ainda seguiria até A Ramallosa! O albergue ainda estava fechado para limpeza, o hospitaleiro serviu-nos uma cerveja fresca em lata (Estrella Galicia) enquanto esperávamos! Depois de instalados e das habituais lides "domésticas" que incluiram o nosso banho reparador, lavar e secar roupa, almoçámos no albergue uma generosa costeleta de vitela, acompanhada de batata frita, salada e um tinto a preceito! As picadas dos insectos ou a alergia provocada pelas mesmas (supunha eu...) pioraram, pelo que decidi ir ao médico, pela primeira vez em 7 Caminhos e pela primeira vez a usar o cartão europeu de saúde, a provar que há sempre uma primeira vez para (quase) tudo! O irmão do hospitaleiro foi 5***** e deixou-me no Posto de Médico de uma povoação próxima de Mougás, onde antes tínhamos passado a pé, creio que se chamava Viladesuso. Fui muito bem recebido e rapidamente atendido por um jovem médico, que me fez um exame completo e ainda me diagnosticou pé de atleta (um mal nunca vem só...)! Receitou-me comprimidos anti-histamínicos, um pó para os pés depois do banho e ofereceu-me um pomada de hidrocortisona. Dado que e farmácia só abria mais tarde, decidi aviar a receita na manhã seguinte à chegada a Baiona. Entretanto usaria a pomada! Saí do Posto Médico mais animado e fui ter com o António Ramos e com o irmão do hospitaleiro que estavam a beber café num bar ali perto. Durante o resto da tarde ainda houve tempo para uma sesta retemperadora e para um passeio de fim de tarde pela pacata povoação de Mougás. Jantámos bocadillos de presunto com cerveja, após o que encetámos outro passeio de cerca de 1 km até ao Centro Cultural de Mougás (único café nas imediações...), assistimos aos jogos da Liga dos Campeões entre umas águas com gás, canhas e tapas! Depois das 22h30 regressámos ao albergue para descansar e retemperar forças para a jornada seguinte que nos levaria até A Ramallosa! De referir que esta foi a etapa mais curta do Caminho da Costa, com cerca de 20 km.

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