A manhã em Vilanova de Arousa foi tranquila, com chuva a espaços! Contudo 2 noticias mexeram um pouco com essa tranquilidade: recebemos a confirmação de que o barco não subiria o rio Ulla em virtude do mau tempo e acima de tudo do vento, seria o carro da Protecção Civil a deixar-nos em Pontecesures! Outra situação veio também mexer com o nosso quotidiano e em particular com o meu, foi o desaparecimento da minha máquina fotográfica! Após o pequeno-almoço apanhei boleia com o hospitaleiro que me deixou junto ao passadiço sobre o rio! A partir daí voltei a fazer todo o percurso até ao albergue, com alguma chuva. Nem sinal da máquina! Perguntei no café frente ao passadiço, perguntei aos hospitaleiros, passei o albergue a pente fino, com a ajuda da Ivone que também foi à Protecção Civil dar conta do sucedido! Nada! Tinha quase a certeza absoluta (99%) que a máquina fotográfica tinha chegado até ao albergue! Havia que manter a esperança! Mais tarde almoçámos num café em frente ao mercado municipal, um repasto à base de peixe fresco! Estávamos a começar a seguir os conselhos gastronómicos da Ivone! Regressámos ao albergue, arrumámos a "trouxa" e descemos ao encontro do nosso transporte até Pontecesures, não sei antes dar uma derradeira vista de olhos em busca da máquina perdida! Nada de novo! No entanto e num último assomo de esperança deixei todos os meus contactos na Protecção Civil! Partimos às 14h45 e às 15h30 recomeçámos a caminhar junto a uma Bomba de Gasolina, perto do Porto de Pontecesures! Pagámos 10 euros pela viagem ao simpático funcionário da Protecção Civil de Vilanova de Arousa, com a promessa de que voltaríamos um dia para subir o rio! À passagem por Padron verificámos com alguma tristeza que a igreja estava fechada! Parámos num bar para tomar algo e mais à frente visitámos e carimbámos a credencial na bonita igreja românica de Iria Flávia! Às 18h30 e com 14,6 km chegámos a Faramello, ao albergue municipal de Teo, com muitos peregrinos já instalados! Após o banho verifiquei que tinha 2 chamadas não atendidas no telemóvel, quando vi que o número era de Espanha, senti a esperança renascer dentro de mim, sentimento partilhado pelos meus companheiros de Caminho! Liguei de volta e tive a confirmação! A máquina aparecera, tinha sido entregue por um dos miúdos que tivera aulas no pavilhão desportivo no dia anterior, em boa hora tinha deixado os meus contactos! Graças a Santiago! Para não estar a voltar para trás, iriam mandar-ma pelo correio à cobrança! Gente boa, sem duvida, incluído o miúdo que tinha devolvido a máquina! Teríamos mesmo que voltar um dia! O jantar foi na Casa Javier, um repasto animado pela boa nova e pela aproximação a Santiago! Degustámos um mix de vários petiscos: filetes de cavala em azeite, pimentos de Padron, queijo, pão e vinho verde tinto! Por volta das 22h00 regressámos ao albergue para retemperar forças rumo à derradeira etapa!
Fotos de António Carrasco
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