Às 07h10 da manhã estávamos de novo no Caminho de Santiago, com uma passagem fugaz por Terradillos de los Templários (os cavaleiros do Templo também presentes na rota jacobeia), a deixar no nosso imaginário a ligação desta Ordem ao caminho de Santiago. Reparamos que por estas bandas, utilizam uma técnica artesanal de construção muito interessante para isolarem as habitações do calor e do frio, presumo eu. Trata-se de uma massa obtida da mistura de terra de barro molhada com palha e cascalho. E deve resultar, pois passámos por muitas casas rebocadas com este composto! Na etapa de hoje teve também lugar o nosso primeiro almoço volante, em jeito de pic nic, logo a seguir à ponte do rio Valderaduey, muito próximo de Sahágun: salada de tomate com atum à boa maneira portuga, bem regada com um tinto de Valladolid. À passagem por Sahágun reparamos numa placa que designava esta cidade como o centro do Caminho, nada como registar este momento com mais uma foto e outra também junto à estátua do peregrino, à entrada do albergue Cluny em Sahágun! Passámos, mais à frente, pela bonita ponte sobre o rio Cea e já muito perto de Bercianos del Real Camino contemplámos por alguns instantes a Ermida de Nossa Señora de Perales. O tempo continuava bastante fresco, o que nos permitia calcorrear o Caminho com menos dificuldade. Ainda me lembrava do que nos poderia ter sucedido naquele imenso troço (17,2 km) entre Carrión e Calzadilla se o tempo estivesse quente! Continuavam connosco os companheiros do costume: o Alexandre, o Luis, o António (de Lugo) e o Javi. O André está também no nosso albergue, que já está completo. Aqui chegámos às 15h25, muito bem recebidos por 2 simpáticas hospitaleiras que nos ofereceram limonada fresca com hortelã. O Castro e o Pimpão mais a restante companhia tinham chegado um pouco antes. Pela primeira vez iríamos participar e partilhar o nosso primeiro jantar comunitário num albergue. Aqui também não cobram nenhum valor fixo, aceitam donativo. Os 31,7 km hoje percorridos até Bercianos decorreram quase sempre ao lado da estrada, com algum arvoredo a espaços, fazendo esquecer um pouco as vastas searas. Deixámos hoje a província de Palencia e entrámos na de León, nas proximidades de Sahágun. Não vimos (eu e o Delfino) a Georgette nem o pequeno Kiko. O jantar comunitário foi composto de sopa de lentilhas com chouriço, pão, vinho, água e salada (macedónia) de frutas. O André também participou connosco neste animado jantar no albergue. Arrumada a cozinha e lavada a loiça, tempo ainda para uma partida de cartas, nada melhor que uma “sueca” para desanuviar um pouco! O recolher era às 22h00 pelo que nada melhor para ocupar o tempo até lá do que com uma boa “suecada”!
Texto: Sérgio Cebola
Fotos: 1 a 3 e 5 a 14 (A. Delfino), fotos 4 e 15 a 17 (A. Pimpão)
1 – Uma técnica muito interessante para isolamento das casas
2 – À chegada a Terradillos de los templários
3 – S. Nicolás del Real Camino
4 – Um animado “desayuno” com o António e o Javi em S. Nicolás
5 – Na fronteira entre Palencia e León
6 – A ponte sobre o rio Valderaduey
7 – Um almoço volante a seguir à ponte
8 – Junto ao albergue Cluny em Sahágun
9 – No centro do Caminho em Sahágun
10 – A ponte sobre o rio Cea
11 – Na saída de Sahágun
12 – A avifauna também presente no Caminho
13 – Um ponto de situação para confirmar o Caminho certo
14 – A Ermida de Nossa Señora de Perales
15, 16 – Um animado jantar comunitário no albergue de Bercianos
17 – Uma partida de “sueca” para desanuviar
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