segunda-feira, 6 de julho de 2015

Caminho Sanabrês: 05-06 (9ª Etapa: A Gudiña - Laza, 34,1 km)

 
 
 
 
 
 
 
O dia de caminhada começou às 06h20 da manhã, ainda antes do nascer do sol! Cada vez mais sentia a importância de começar a caminhar bastante cedo para fugir às horas de mais calor! Até porque amanhecia muito cedo, sendo possível tirar partido desse período de maior frescura, onde a caminhada era mais produtiva! O guia Gronze referenciava esta etapa como das mais belas e solitárias do Caminho Sanabrês! Uma etapa montanhosa e com minúsculas aldeias quase desabitadas! Mas como não há bela sem senão, tinha tudo isto sim, mas tinha também demasiado alcatrão! Creio que foi das etapas com mais asfalto, pese embora, na sua maioria se tratar de estradas secundárias sem quase trânsito nenhum! O périplo por estas aldeias começou em Venda do Espiño, passando pela Venda da Teresa, Venda da Capela e Venda do Bolaño! Foram cerca de 13 km desde A Gudiña até à última das 4 Vendas...! Tinha previamente definido parar em Campobecerros para retemperar forças! Foram mais 6,6 km desde a Venda do Bolaño, com destaque para uma descida ingreme e com imensas lascas de xisto solto até Campobecerros! Não pude deixar de imaginar o que seria aquele troço com tempo de chuva e piso molhado! A parte inicial da etapa fi-la na companhia dos quatros peregrinos das Canárias! Parámos em Campobecerros, onde já estava o Stephen, um peregrino alemão e o Patric! A paragem ocorreu no Bar da Rosário! Pedi o habitual Aquarius com gelo e limão e acompanhei com alguma comida que trazia na mochila! A simpática Rosário ainda nos ofereceu pão de ló! Carimbei a credencial! Retomámos o Caminho! Antes de Porto Camba chamou-nos a atenção uma placa em pedra, um memorial evocativo de uns "carrillanos" portugueses "veciños do concello de Castrelo do Val", mortos no período fascista, em 20 de Agosto de 1936! Na saída do pequeno "Pueblo" de Porto Camba saciámos a sede numa fonte de água muito fresca! Pouco depois das 12h30, tempo para mais uma paragem em As Eiras, numa zona de descanso na saída da aldeia! Descansamos à sombra, bebemos bastante água e molhámos a cara e a cabeça! No fundo recarregámos baterias para os últimos 6 km até Laza! Às 14h10 efetuámos o registo na Proteção Civil de Laza e fomos encaminhados para o albergue! Recordava-me daquela Praça (já lá tinha estado em 2007, vindo na altura de Chaves...), com a farmácia e o edifício da Proteção Civil! À chegada ao albergue ouvi falar português! Eram 3 peregrinas portuguesas (que moravam em Alhandra), tinham começado o Caminho em Chaves e que nesta jornada vinham de Verin! Era reconfortante ter a companhia e a proximidade do nosso povo...eheheh...principalmente quando se vem caminhando há 9 dias sem sinal de portugueses no Caminho (à exceção do bicigrino do Porto com quem falara em A Gudiña). Após o banho notei que as minha alergia estava um pouco pior, com algumas bolhas de liquido que cada vez mais achava que eram provocadas pelo calor! Comprei uma pomada anti-histamínica e aproveitei para comprar uns pensos de silicone de várias medidas para ir protegendo as bolhas, que felizmente, estavam a querer secar! Jantei com o Ramon no albergue: salada mista, massa com tomate, latas de Estrella Galicia e fruta! Antes do repasto já tinha feito uma permuta com um simpático peregrino galego, emprestei-lhe betadine e ele cedeu-me um pouco de pomada corticoide para a minha alergia! O verdadeiro espirito peregrino traduzido na partilha! Já mais tarde chegou mais um grupo de bicigrinos portugueses, de Vila Real!  


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