Caminho Aragonês: 33 dias e 992 kms depois!

Olá caríssimos seguidores! Cá estou de volta ao cabo de 36 dias, 33 dos quais a caminhar, primeiro pelo tramo aragonês a Santiago, a partir de Obanos pelo francês, e com o prólogo até Múxia e Finisterra! Contas muito redondas e feitas por baixo, deram qualquer coisa como 992 kms, mas se apurarmos os detalhes, a contabilidade chegará aos 1000 kms, disso estou certo! Como devem imaginar, as emoções estão num turbilhão e vai levar tempo até a coisa assentar! Como diria o amigo Acácio (do Refugio Acácio&Orietta), é o Caminho depois do Caminho, temática que merece uma abordagem em detalhe e que (curiosamente) não tem sido objecto de debate, nas mesmas proporções do que a preparação para o Caminho! Excelente questão levantada pelo Acácio (que, tanto quanto me disse, já tem trabalho feito nesta matéria), mas acerca disso lá iremos mais tarde...! Regressámos ontem pelas 16h30, vivos e de boa saúde, após intensa viagem de comboio desde Santiago de Compostela! No essencial a programação foi cumprida (e comprida...eheheh...), com uma ou outra alteração de pormenor, de que vos darei conta noutra publicação! Fizeram-se novos amigos e aprenderam-se novas lições para futuras travessias (aprendem-se sempre...outra das particularidades do Caminho...)! A meteorologia brindou-nos com tudo o que possam imaginar, desde a neve ao sol, passando pela chuva e pelo granizo, com nevoeiro, vento e frio também pelo meio! Contudo e de uma forma geral, o tempo esteve muito bom para caminhar, porque o calor foi sempre bastante moderado! Sem querer particularizar, gostaria de agradecer a todos os que, de forma directa ou indirecta, tornaram possível a concretização de mais uma longa e inolvidável peregrinação a pé até Campus Stellae! No entanto queria deixar uma palavra de apreço, de consideração e de simpatia ao amigo Luís Ferreira que, tanto quanto sei, nos aguardava no Albergue Fim do Caminho em Santiago (onde à data da nossa chegada se encontrava a prestar trabalho voluntário), mas vicissitudes próprias do Caminho, não permitiram que nos cruzássemos, no entanto fica a promessa de que o tentarei fazer noutra ocasião, o Caminho também nos proporciona igualmente isso! Uma palavra também de apreço, de consideração e de simpatia para o Pedro Frade pela missiva que deixou ao "pessoal de Nisa", no já referido Albergue, numa outra publicação contarei divulgá-la! Agora e a pouco e pouco irei retomar o ritmo habitual do dia-a-dia, mas não vai ser nada fácil, depois de tantas emoções ("são tantas emoções...", como vezes sem conta repetiu o meu amigo Alexandre Bittar...a quem aproveito para desejar uma excelente viagem de regresso ao Brasil)! 

...E a todos vós um enorme Ultreya et Suseya!

Foto de Euler Pita